Depoimento de Lourena Cid não esclarece dúvidas da PF e general teme ser preso

Militar prestou depoimento à PF no âmbito do inquérito que apura a tentativa de desvio e venda de joias pertencentes à União

Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Lourena Cid (Foto: Alan Santos/PR/Divulgação | Divulgação/Polícia Federal | Divulgação/Alesp)

O depoimento de quase três horas que o general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestou à Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira (27) foi considerado infrutífero pelos investigadores. Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, o general não teria colaborado para o andamento do inquérito, aumentando a pressão sobre ele e seus familiares, que temem ser os próximos alvos de mandados de prisão

De acordo com a reportagem, o foco das perguntas recaiu sobre o inquérito das joias recebidas por Jair Bolsonaro (PL) de autoridades da Arábia Saudita que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da União, mas que o ex-mandatário tentou se apropriar. Lourena Cid é investigado pelo envolvimento na tentativa de venda dos itens nos Estados Unidos.

Como o militar não esclareceu os fatos questionados pela PF, o temor dele e de seus familiares é que o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid seja rescindido. Cid foi preso na sexta-feira (22) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após depor por cerca de uma hora no âmbito do inquérito que apura áudios vazados pela revista Veja. Nos áudios, ele critica a condução da sua delação pela PF e a atuação de Moraes no âmbito do inquérito que apura o planejamento de um suposto golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula (PT). A prisão de Cid foi decretada por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de justiça, conforme afirmado pelo STF. Agora, segundo Bela Megale, “com a possibilidade de acordo do tenente-coronel ser rompido, general Lourena Cid teme ser o próximo alvo de prisões”.

Cid foi preso pela primeira vez em maio de 2023, nas investigações sobre a falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro. Em setembro, após seis meses de detenção, o ex-auxiliar fechou um acordo de delação premiada e foi solto. Um dos pontos do acordo previa uma espécie de anistia para o general Lourena Cid e para Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel.

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