Segundo os parlamentares, o objetivo era uma “vistoria” na instituição localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro.
“Fomos procurados na Câmara, e outros parlamentares também, para que pudéssemos destinar emendas e recursos ministeriais para infraestrutura, material didático e déficit de pessoal e reclamações sobre segurança no entorno”, comentou Silveira sem dizer por quem foram procurados. “Então fomos in loco para que pudéssemos ver, com toda transparência, evidente, para destinar com compromisso a emenda. Para não destinar nem a mais e nem a menos, uma coisa sem disparidades”, completou à reportagem do G1.
O reitor da unidade acompanhou toda a visita e estudantes reagiram entoando gritos de “Ô, Marielle, quero justiça, não aceitamos deputado da milícia”. Silveira e Amorim são os dois homens que quebraram uma placa em homenagem à vereadora durante um comício, em setembro do ano passado, em apoio ao então candidato ao governo do Rio, Wilson Witzel.
Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados por milicianos em 14 de março de 2018. A polícia e o Ministério Público ainda investigam para concluir quem foram os mandantes dos crimes.
Ainda segundo a reportagem do G1, o reitor do colégio chamou a Polícia Federal, porque os deputados não tinham autorização para entrar no local e para registrar imagens de tudo que encontravam e consideravam de conotação política. Imagens dos estudantes também foram captadas.
A matéria conta que, ao parar em frente a um mural onde são exibidos recortes de jornais sobre o alto índice de mortalidade de jovens negros no estado, o deputado Daniel Silveira questionou os dados.
Reitor: – O número de morte está imenso no Rio de Janeiro
Deputado: – De bandido
Reitor: – Mas tem criança de oito anos que não pode ser bandido
Deputado: – Já fez a perícia?
Reitor: – Pra saber se ela é bandido?
Deputado: – Não, para saber se ela foi morta por policiais
O reitor disse que irá entrar com uma representação nos conselhos de ética do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) contra a ação dos parlamentares.
“Tiramos foto de vários locais: de murais, de infiltrações, de salas de aula que tivessem livros ou qualquer coisa também. Nosso intuito não é ideologia. Contudo, se for visto a ideologia, é evidente que também iremos catalogar e levar ao ministério para que eles também possam tomar medidas, caso haja medidas a serem tomadas”, admitiu Silveira.