Em indireta a Bolsonaro, Barroso diz que Brasil não precisa de “realidade imaginária paralela”

O ministro do STF comentava sobre as queimadas e o desmatamento que atingem Pantanal e Amazônia

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (22) que o Brasil precisa de “diagnósticos corretos e não criar uma realidade imaginária paralela” para lidar com o desmatamento e as queimadas que atingem Amazônia e Pantanal. A declaração foi dada horas depois do presidente Jair Bolsonaro defender sua política ambiental e disseminar fake news em discurso na Assembleia Geral da ONU.

“O desmatamento ilegal e as queimadas por ações humanas cresceram expressivamente em 2019 e ainda mais em 2020. Também foi fato objetivo apurado nessa audiência pública que houve redução significativa na fiscalização e autuações, como reconhecido pelo próprio presidente do Ibama, embora haja divergências sobre as causas da redução — mas não quanto fato que ocorreu”, afirmou o ministro durante audiência pública no STF sobre a política ambiental brasileira.

“Para resolvermos os nossos problemas, nós precisamos fazer diagnósticos corretos e não criar uma realidade imaginária paralela”, completou.

Barroso é o relator de ação movida por PSB, PSOL, PT e Rede que acusa o governo de omissão em razão da não utilização do Fundo do Clima.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que o presidente defendeu a política ambiental na ONU. O ex-capitão disse que é “vítima brutal” da desinformação sobre Amazônia e Pantanal e culpou “índios e caboclos” pelas queimadas.

Com informações do Estadão

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