Em PE, Haddad critica MDB, que está na coligação de Paulo e do PT

Foto: Andréa Rêgo Barros/Divulgação
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Em discurso após uma caminhada em Garanhuns, cidade no Agreste pernambucano onde o ex-presidente Lula (PT) nasceu, neste sábado (1º), o candidato a vice-presidente na chapa petista, Fernando Haddad, criticou o MDB, partido do presidente Michel Temer (MDB). A legenda, no entanto, está oficialmente na mesma coligação que o PT no Estado.

“O PMDB e o PSDB se transformaram em partidos que trazem instabilidade”, disse Haddad no palanque.

O governador Paulo Câmara (PSB) disputa a reeleição com a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) como candidata a vice e o senador Humberto Costa (PT) tentando mais um mandato na Casa Alta. Os três estiveram com Haddad em Garanhuns. O outro candidato ao Senado é o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), opositor histórico do PT, que agora pede votos para Humberto.

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Haddad chegou a ser questionado sobre a aliança com Jarbas em coletiva de imprensa essa tarde, no momento em que também foi perguntado sobre o fato de parlamentares do PSB terem apoiado o impeachment de Dilma Rousseff (PT), há dois anos, mas não respondeu diretamente sobre o emedebista.

“Houve um reposicionamento do PSB”, disse o petista sobre o partido de Paulo Câmara. “Sobretudo em função do fato de que o Temer traiu o programa de governo votado em 2014. Quando as pessoas falam que a culpa do Temer assumir era ser vice na chapa do PT. Mas ele era o vice, não era o presidente. E era de uma chapa que tinha um programa. Ninguém elegeu o Temer para ser presidente por substituição à Dilma. E os dois foram eleitos com um programa. Aquela altura, ninguém podia talvez imaginar o que ele faria com o Brasil, com a Constituição, com a CLT, com os programas sociais”, disse ainda.

“Àquela altura, não se tinha as informações que se têm hoje. Aquela altura, o Geddel Vieira Lima estava na Avenida Paulista, em ato contra a corrupção. Era aquele Brasil. Mudou muito. Aquela altura, o Aécio estava na Avenida Paulista, o Eduardo Cunha estava fazendo manifestação”.

Racha no MDB

O partido de Jarbas está dividido em Pernambuco. De um lado, o grupo que ele lidera, que tem o presidente estadual do MDB, Raul Henry, que foi vice-governador de Paulo e deixou o cargo para se candidatar a deputado federal. Os dois queriam permanecer na base de Paulo Câmara.

Do outro está a ala do senador Fernando Bezerra Coelho, que tentou, com a ajuda do presidente nacional do MDB, Romero Jucá, ficar com o comando o partido no Estado e levá-lo para a oposição. A disputa pela presidência local da sigla está no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Aqueles que no fim escolheram o Temer jogaram o país nesse poço que nós estamos”, afirmou ainda Fernando Haddad, em Garanhuns.

Temer

O PSB tenta empurrar no grupo adversário, do senador Armando Monteiro Neto (PTB), a pecha de “palanque de Temer”, por causa da baixa popularidade do presidente emedebista.

Armando havia declarado voto em Lula, seu aliado nas últimas eleições, mas, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da candidatura do petista, não vai votar em Haddad. O petebista foi ministro de Dilma e deixou o cargo por causa do afastamento dela, ao qual se opôs, e rebate o PSB afirmando que a maioria da bancada do partido na Câmara dos Deputados foi favorável ao impeachment.

Os candidatos ao Senado na chapa dele, os deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM), foram ministros das Cidades e da Educação, respectivamente, do governo Temer.

Haddad espera Lula

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‘Plano b’ do PT, Haddad evitou se colocar como candidato e disse que a estratégia só será anunciada na próxima segunda-feira (3), quando a defesa puder visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde está preso desde o dia 7 de abril. Lula foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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