Escritório no Vale do Silício abrigará startups brasileiras
As startups brasileiras que buscam internacionalizar seus negócios ganharam um espaço no Vale do Silício para chamar de seu. Será lançado nesta sexta-feira, em San Francisco, o centro de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Comércio Exterior (Mdic). O objetivo é trazer para se estabelecer no espaço, ainda este ano, até 30 jovens empresas das áreas de tecnologia, biotecnologia e energia renovável.
O escritório fica no prédio da aceleradora californiana Rocket Space, na área central da cidade. O espaço é de apenas 100m², mas a ideia é que as empresas trabalhem em regime de co-working, dividindo espaço umas com as outras nas mesmas mesas. Parte do local será usado por algumas das companhias selecionadas pelo startup Brasil, programa federal que visa a acelerar 150 novas firmas das áreas de software e serviços digitais até 2014.
— O centro de negócios prova o amadurecimento do empreendedorismo brasileiro. Empesas startup já nascem com o DNA da internacionalização — afirmou Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil.
Segundo a gerente executiva de investimentos da Apex, Maria Luisa Cravo, algumas startups já procuraram a agência na tentativa de utilizar o escritório, mas o grupo de empresas ainda não foi determinado. O centro de negócios funcionará como uma aceleradora para firmas que consigam provar necessidade e capacidade de internacionalização. Elas ficarão no máximo 18 meses utilizando a estrutura do espaço, onde poderão receber possíveis investidores de capital de risco e parceiros locais para fechar negócios.
Embora a Apex mantenha apenas dois funcionários em San Francisco, grande parte do trabalho burocrático (financeiro, legal etc.) será realizado pelo escritório que a agência mantém em Miami desde 2005, onde já intermediou a internacionalização de 66 empresas brasileiras, como Mundial e Girafas. O centro de negócios de San Francisco é o nono que a Apex abre no exterior: há escritórios em Angola, Rússia, Emirados Árabes, Cuba, China, Bruxelas e Colômbia (este ainda não foi lançado oficialmente, mas já funciona).
— Ainda é novo para o empreendedor brasileiro se acostumar a um espaço de negócios aberto, sem limites para expressão, sem medo do fracasso, sem protocolos de vestir, como é o Vale do Silício. O Brasil já é conhecido por sua criatividade, e certamente as empresas de lá têm muito a aprender por aqui. Instalando-se temporariamente no Vale elas poderão atingir novos níveis de comunicação do seu negócio e de orientação de marketing — disse Eduardo Prisco, cônsul brasileiro em San Francisco, durante o Brasil Summit, evento que aconteceu nesta quinta-feira na cidade com o objetivo de promover o setor de Tecnologia da Informação (TI) nacional nos EUA.
Além da abertura do centro de negócios e do Brasil Summit, a Apex-Brasil tem tomado outras iniciativas com foco em tecnologia nos EUA. A agência patrocinou a terceira edição da Tech Mission, iniciativa da rede de empreendedores Brazil Innovators que trouxe esta semana 11 fundadores de —s brasileiras para o Vale do Silício para conhecer outras empresas, a universidade Stanford e buscar investimento. O órgão também trará companhias em setembro para o evento TechCrunch Disrupt, em San Francisco. (O Globo)