Estado investiga duas mortes por arboviroses nas duas primeiras semanas deste ano

Menos de uma semana após o Ministério da Saúde alertar sobre a possibilidade de surto de dengue no Nordeste, duas mortes por arboviroses, ocorridas este ano, estão sendo investigadas em Pernambuco. A informação foi relatada no boletim epidemiológico da Secretaria estadual de Saúde (SES-PE) Semana 2, que inclui dados do período de 5 a 11 de janeiro deste ano. O primeiro óbito registrado foi no dia 6 deste mês no Recife. A vítima foi um homem de 69 anos. O outro caso foi em Jaboatão dos Guararapes em 8 de janeiro. A vítima, também do sexo masculino, tinha 70 anos. Nem o estado nem os municípios conseguiram precisar uma data para concluir as investigações, mas informaram que é cedo para afirmar que as mortes foram provocadas por dengue, já que dentro das arboviroses estão incluídas a zika e a chikungunya.

“Os óbitos são suspeitos para arboviroses. Após a investigação é possível confirmar para alguma específica ou descartar para todas”, reforçou a Secretaria estadual de Saúde. Além dos óbitos, o boletim epidemiológico destacou que nas primeiras semanas de janeiro foram registrados 173 casos suspeitos de dengue em 41 municípios pernambucanos. Desses 173, 14 foram confirmados e 19 descartados até agora. Ainda segundo o documento, no mesmo período de 2019, foram notificados 568 casos suspeitos, tendo este ano uma redução de 69,5% do número de notificações se comparado aos dados do ano passado. Em compensação, nas primeiras duas semanas de 2019 foi registrado apenas um óbito por arbovirose.

Para chikungunya, o boletim epidemiológico fala em 33 casos suspeitos nessas primeiras duas semanas de janeiro, registrados em 16 municípios do estado, sendo um confirmado e nove descartados até então, o que representa uma redução de notificações em 72,2%, se comparado ao mesmo período do ano passado. Em relação à zika, só um caso foi notificado até agora. Ano passado, nesse mesmo período, foram 67 casos suspeitos.

“Pernambuco vivenciou um aumento nos casos das arboviroses em 2019, quando comparados os dados do ano anterior (2018). A partir de maio do ano passado, o Estado entrou em zona epidêmica. Já em novembro do mesmo ano, o estado voltou a ter os casos dentro do esperado para o período”, comparou a Secretaria de Saúde de Pernambuco em nota. Segundo o Índice de Infestação Predial do 6º ciclo do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), 34 municípios pernambucanos estão em situação de risco de surto, enquanto outros 96 estão em situação de alerta.

Para a Secretaria estadual de Saúde, os dados parciais divulgados até agora apontam que a situação está na zona de controle. “Contudo, sabe-se que esta é uma época propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e da zika. É preciso chamar a atenção dos municípios para que as ações de campo continuem sendo realizadas e também da população para, quando houver a necessidade de armazenar água, manter os recipientes sempre vedados. Essas ações são essenciais para evitar o aumento de casos e possíveis surtos”, ressaltou a pasta.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Jaboatão dos Guararapes disse que aguarda a conclusão da minuciosa investigação domiciliar e hospitalar do óbito suspeito em no município, além de outras informações sobre a situação clínica do paciente de 70 anos, antes de seu falecimento. Os dois casos estão sendo investigados pelo Comitê Estadual de Discussão de Óbitos por Dengue e outras Arboviroses. “A Secretaria de Saúde de Jaboatão informa que, desde 2017, já foram realizadas mais de um milhão de visitas a imóveis do município. Como resultado dessas ações, houve redução de 18% dos focos do mosquito neste mês de janeiro de 2020. Esses dados estão no Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegipty (LIRA)”, disse a nota.
Já a Secretaria de Saúde do Recife informou que só vai se pronunciar se houver a confirmação do óbito por arbovirose.  (DP)

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