Executivo da Odebrecht delatou campanhas estaduais

Folha de S.Paulo – Wálter Nunes

O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior, conhecido como BJ, disse em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que no acordo de delação premiada assinado no âmbito da Lava Jato há 60 anexos em que ele fala sobre demandas de campanhas estaduais de vários partidos com a empreiteira baiana.

Cada anexo é uma história contada pelo delator e pode ter um ou mais envolvidos.

Conforme a Folha adiantou na quinta (2), BJ disse no mesmo depoimento que, após pedido de apoio feito pelo presidenciável tucano Aécio Neves, em 2014, a Odebrecht doou, em caixa dois, R$ 6 milhões para as campanhas dos tucanos Pimenta da Veiga, derrotado na disputa ao governo de Minas, e Antonio Anastasia, eleito para o Senado, e também para o deputado federal eleito Dimas Fabiano (PP-MG).

BJ disse ainda que R$ 3 milhões em caixa dois foram dados ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de Aécio à Presidência. Ele admite ter pedido apoio ao empreiteiro, mas nega que tenha solicitado caixa dois. Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano negam ter recebido valores não registrados em suas campanhas.

A declaração de BJ foi feita na quinta (2) quando ele prestou esclarecimentos no processo que investiga possíveis irregularidades da chapa eleita naquele pleito.

O ex-executivo não deu detalhes sobre as doações para outras campanhas estaduais e nem apontou nomes e partidos, porque o ministro Herman Benjamin, que conduziu o depoimento, considerou que declarações sobre outras candidaturas não são pertinentes ao caso, que investiga apenas a chapa Dilma-Temer.

O delator contou que tinha relação com todas as legendas e era o responsável dentro da empresa por receber as demandas estaduais. Ele atendia aos pedidos dos candidatos aos governos estaduais, ao Senado, ..

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