Por: *Evaldo Costa
Desde que se consolidou a ruptura do grupo FBC com o Palácio das Princesas, seu líder maior, senador Fernando Bezerra Coelho, vem executando um balé político marcado por movimentos que parecem descoordenados, mas, na verdade, se harmonizam com um ritmo e uma melodia por enquanto ouvida apenas por ele e alguns chegados.
Se não, vejamos.
Em setembro do ano passado, Fernando comandou um ruidoso encontro do “Pernambuco de Verdade” em Caruaru, o primeiro da série. Poucos dias antes de ser anunciado como novo comandante do PMDB no Estado, FBC subiu ao palco ladeado por ministros e ex-governadores, posando como líder inconteste da oposição e virtual candidato ao Governo do Estado. Ao senador Armando Monteiro coube um modesto lugar na extrema esquerda da primeira fila, muito distante do microfone principal.
Em fevereiro deste ano, houve novo encontro em Caruaru. Lá estavam os ministros de Temer, os ex-governadores João Lyra e Joaquim Francisco, mas desta feita, coube ao senador Armando Monteiro o lugar de maior destaque e a direito à principal fala no evento. Repelido em seu propósito de destituir a direção estadual do, agora, MDB, FBC já não se mostrava tão determinado a concorrer ao governo, assim como não já não se dava o papel de líder principal do movimento oposicionista.
Neste ultimo final de semana, as oposição voltaram a se reunir, agora num hotel de Porto de Galinhas. Com o ministro Fernando Filho filiado ao DEM nos últimos instantes do prazo, coube ao líder máximo do partido, o ex-ministro Mendonça Filho, a honra de fazer a fala final do evento.
Mas, afinal, quem puxará o cordão oposicionista contra o governo do PSB? O senador FBC? O senador Armando Monteiro? O ex-ministro Mendonça Filho? Nenhum destes. O que agora se revela, e só não viu quem não soube ver, é que o candidato é – e sempre foi! – o filho primogênito Fernando Bezerra Coelho Filho.
Armando, Mendonça, Bruno Araújo, João Lyra e Joaquim Francisco poderão ter lugar na chapa, mas não na cabeça. Este espaço nobre foi reservado há muito tempo. E não haverá no show.
Fernando Filho cumpriu três mandatos de deputado federal. Foi ministro de Temer e, segundo a narrativa oficial, deu conta do recado. Uma candidatura a governador, mesmo que eventualmente mal sucedida, seria um passo à frente numa carreira em ascensão. Além do mais, a família estará bem representada em todas as esferas com o pai senador, um dos filhos prefeito e o outro com assento garantido na Alepe.
*Evaldo Costa é jornalista.