Homem preso por torturar adolescente pode estar envolvido em morte de policial

Delegados Diego Acioli e Erivaldo Guerra

Delegados Diego Acioli e Erivaldo GuerraFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Foi preso, na noite da última quarta-feira (22), um dos envolvidos no episódio de tortura de uma adolescente no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife. Em diligência realizada pela equipe do delegado Erivaldo Guerra, da Delegacia da Boa Vista, foi capturado o homem conhecido como Felipinho, que, nas imagens que circulam pelas redes sociais, corta o cabelo e raspa as sobrancelhas da vítima, além de participar do espancamento promovido por um grupo de jovens envolvidos com o tráfico de drogas na região do Campo do Onze. O acusado, que já foi preso e responde a outros crimes, confessou participação na agressão.

Segundo o delegado Erivaldo Guerra, a ficha criminal de Felipinho é longa. Ele pode ter envolvimento, inclusive, na morte de um policial. “A gente tem a informação de um crime ocorrido, uma morte de um policial em frente ao centro de convenções. Não sabemos os detalhes. Ele já responde por homicídio, cumpriu dois anos e nove meses de prisão preventiva, mas foi solto porque o processo demorou. Ele ainda vai responder, vai a júri. O alvará de soltura vai ter que ser revogado porque ele está cometendo outros crimes, além da suspeita de participar de gangues de tráfico de drogas”, comentou.

A Polícia Civil descartou a hipótese de crime de tentativa de homicídio, e agora trabalha apenas com a ideia de que o que ocorreu foi, de fato, tortura. O delegado Diego Acioli explicou essa diferenciação em coletiva na manhã desta quinta-feira (23). “Pelo próprio vídeo e pela declaração da vítima, a gente observa que, após as agressões, os próprios criminosos determinam que ela saia da localidade onde está, que é a Ilha Santa Terezinha, e volte para a área do Campo do Onze, que são áreas dominadas por quadrilhas rivais. Dessa forma, como os próprios autores não consumaram o crime por vontade própria, isso desconfigura a tentativa de homicídio, passando-se à tipificação do crime de tortura”.

De acordo com o delegado Erivaldo, a equipe da Polícia encontrou Felipinho em casa. “Chegamos ontem na casa dele, ele estava jantando. Falamos com a mãe dele, com a irmã, ele saiu da casa já sabendo que ia ser preso e confessou que estava no vídeo. Ele confessou informalmente, mas no auto de flagrante ele não quis falar, disse que não conhecia os envolvidos”, relatou.

Versões conflitantes
A versão do acusado, no entanto, não bateu com a da vítima, segundo o delegado Diego Acioli, da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios. “Ele confessou, dizendo que o fato não seria tráfico de drogas, seria um relacionamento amoroso, mas os detalhes que ele apresenta no interrogatório dele, confrontando com as versões apresentadas pela vítima, a gente observa que ele mentiu. Ele fala que entrou numa comunidade sem conhecer ninguém, já portava uma tesoura e começou a praticar aqueles atos sem que fosse combinado com ninguém. E quando ele faz as agressões, populares que lá estavam auxiliaram ele, sem que tivesse nenhum tipo de contato. A gente sabe que isso não procede”, contou. (FolhaPE)

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