Humilhado: Antonio Campos cancela a Fliporto e põe a culpa no Governo do Estado e na Prefeitura de Olinda

 
Antonio Campos - divulgação

O advogado e curador da Fliporto, Antônio Campos(PSB), candidato derrotado à Prefeitura de Olinda, anunciou nesta quarta-feira (16) o cancelamento da Feira Literária a pôs a culpa no Governo do Estado e na Prefeitura, que deixaram de ajudá-la financeiramente.
Veja, abaixo, o “ping-pong” enviado às redações de Pernambuco pelo irmão de Eduardo Campos que fez a primeira edição desta Feira em Porto de Galinhas e depois a transferiu para Olinda.

1 ) Como você enxerga a postura do Governo do Estado para com a Fliporto?

Antônio Campos – Inicialmente, minha maior crítica é à política cultural do Estado, neste momento. Já disse isso em entrevistas nesse ano. Está entregue ao PCdoB, que é a mesma força que colocou Olinda, Patrimônio Cultural da Humanidade e 1ª Capital da Cultura Brasileira, na situação em que se encontra. Veja a matéria em um importante jornal (JC), publicada nessa semana, sobre as condições em que a MIMO está sendo recebida este ano, na cidade de Olinda, evento este que não ocorreu ano passado por falta de apoio. Falta uma política cultural sistemática à Secretaria de Cultura e à Fundarpe. São muitas as reclamações da classe artística. Vejo um privilégio, também, ao Turismo, em detrimento da Cultura.

Mas o Governo do Estado e a Fliporto?

Antônio Campos – A Fliporto é uma festa que existe há 11anos, conhecida nacionalmente e internacionalmente. Diria que é uma das três festas literárias mais importantes do Brasil, segundo a Revista Veja. Voltaremos em 2017. Começou pequena e foi crescendo. A minha entrada na Fliporto e a época de um cenário melhor de Pernambuco e do Brasil ajudaram. Fomos ajudados até 2012. Todas as pequenas ou grandes festas literárias são ajudadas no Brasil e no exterior. Em 2013, ante a contaminação do ambiente político devido à pré-candidatura de Eduardo Campos, tomei a corajosa decisão de devolver um patrocínio. A Empetur patrocinou a Feira de Livros da Andelivros, que aconteceu durante a Fliporto, mas esses recursos, em dimensão pequena, em nenhum momento foram utilizados pela festa literária, inclusive sendo um projeto autônomo.

E não houve a Feira de Livros que aconteceu durante a Fliporto?

Antônio Campos – É preciso contar uma história. O idealizador inicial da Bienal do Livro, posteriormente assumida por Rogério Robalinho, juntamente com a CEPE, criaram a Fenelivros, cuja 2º edição foi em outubro deste ano, com forte apoio da CEPE e do Governo do Estado. O Governo do Estado, em lugar de apoiar a Bienal do Livro e a Fliporto, optou por uma nova feira de livros, inclusive buscando a Associação que produzia a Fliporto até recentemente, que esse ano preferiu não participar. Quisemos protocolar o projeto Fliporto, esse ano, com outra produtora executiva, uma vez que faço apenas a parte cultural. Diante de algumas exigências, inviabilizaram o protocolo e mesmo o projeto.

A Prefeitura de Olinda ajudava a Fliporto?

Antônio Campos – A Prefeitura de Olinda nunca entrou com um centavo e nunca tentou buscar um apoio para o evento. Achavam um verdadeiro favor nos aceitar em Olinda. Enquanto aconteceu na Praça do Carmo, pagávamos, entre outras, as despesas de manutenção, limpeza e segurança da Praça, como contrapartida pela cessão do espaço. Em 2014, notamos dificuldades para obter a cessão e decidimos locar um espaço privado, o Colégio São Bento, para realização do evento. As fiscalizações da Prefeitura aos parceiros eram acima da razoabilidade, especialmente em 2015.

E o prejuízo de Olinda com isso?

Antônio Campos – Sempre lutarei pela melhoria de Olinda e pelas causas que ajudem a cidade, que muito amo. Essa decisão não tem nada a ver com o resultado eleitoral (Antonio Campos foi derrotado no segundo turno pelo Professor Lupércio). É uma decisão diante de um cenário adverso para a realização de uma festa literária que precisa de mais apoio. Vejo o futuro com esperança e a Fliporto voltará em 2017, repaginada e mais forte.

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