Investigadores veem contradição em depoimento de Heleno sobre interferência de Bolsonaro na PF

Em documento, ministro do GSI assegura que presidente não teve “óbices ou embaraços” em 2019 e em 2020 para mexer na equipe de segurança

Redação
Foto: Fábio Rodrigues/Agencia Brasil
Foto: Fábio Rodrigues/Agencia Brasil

Investigadores apontam contradição no depoimento no qual o general Augusto Heleno (GSI) falou como testemunha no inquérito que apura acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Ao deixar o cargo, em abril, Moro revelou que o presidente tentou interferir politicamente na Polícia Federal.

O depoimento de Heleno foi dado por escrito no dia 12 de maio.

Segundo a Folha, no documento Heleno assegurou que o presidente não teve “óbices ou embaraços” em 2019 e em 2020 para mexer na equipe que faz sua segurança pessoal. Na oitiva, o ministro chegou a citar que Bolsonaro tinha feito menção à sua “segurança pessoal” na reunião ministerial, quando falava em trocas para blindar amigos e família.

Heleno confirma troca no GSI

Conforme noticiado na terça-feira (24), o ministro Augusto Heleno confirmou à PF que foi feita pelo menos uma substituição no comando da segurança de Jair Bolsonaro. A troca foi feita em março, antes da reunião ministerial de 22 de abril, na qual o presidente afirmou não conseguir mudar “gente da segurança no Rio de Janeiro”.

A defesa de Bolsonaro argumentou que as mudanças se referiam à segurança de familiares e amigos, e não sobre a PF. A segurança presidencial, no entanto, é feita pela GSI, que passou por alterações um mês antes, conforme relatou Heleno.

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