Mesmo com recusa de acordo, Carrefour deposita R$ 1,1 milhão para viúva de Beto Freitas

Defesa acredita que atitude foi para pressionar Milena Borges; empresa diz que foi ‘boa ação’

Redação
Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

 

A empresa Carrefour decidiu depositar R$ 1,1 milhão na conta de Milena Borges Alves, viúva de João Alberto Freitas, o Beto Freitas, que foi espancado e morto por seguranças de uma unidade da loja, em Porto Alegre, em 19 de novembro de 2020. Antes, um acordo entre as duas partes para o pagamento de indenização de R$ 1 milhão havia sido negado por Milena.

A defesa da viúva acredita que o depósito do dinheiro aconteceu como forma de pressionar para a assinatura de um acordo. Para o advogado Carlos Barata, a atitude da empresa “é um tiro no pé”.

“Se houve o depósito, é um absurdo. O Carrefour acha que pode fazer o que quer com a vida dos outros? Querem empurrar goela abaixo. É mais uma bizarrice do Carrefour. Não tem acordo (extrajudicial) com eles. É uma cartada extremamente arriscada. Se depositaram esse valor, vamos devolver”, afirmou o advogado Hamilton Ribeiro, que também defende Milena.

Em nota ao UOL, o Carrefour negou que tenha intenção de pressionar um acordo e afirmou que o depósito é uma “boa ação”. A marca francesa também acusou os advogados da viúva de dificultar as tratativas e cobrar honorários acima da tabela da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A acusação foi negada por Hamilton Ribeiro, que afirmou que o “contrato está dentro dos parâmetros estabelecidos pela OAB”.

Segundo o Carrefour, “o depósito foi feito em uma conta criada com a finalidade de consignação extrajudicial para efeito de indenização e já está disponível para Milena, única familiar que ainda estava com a negociação de indenização em aberto”. A defesa, contudo, alegou desconhecer o depósito e a conta mencionada pela empresa.

De acordo com o UOL, Milena pede cerca de R$ 5 milhões de indenização. O valor de R$ 1 milhão oferecido pela Carrefour é equivalente ao pago depois da morte do cão Manchinha, também morto por um segurança da empresa, em São Paulo, em 2018.

Dois suspeitos de envolvimento no crime contra Beto Freitas estão presos e, juntamente com outras quatro pessoas, são réus por homicídio triplamente qualificado.

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