Ministério Público pede quebra de imunidade de senador considerado o “Bolsonaro uruguaio”

Guido Manini Ríos é acusado de ter se omitido diante da confissão de um crime ocorrido pouco antes da ditadura que vigorou no país entre 1973 e 1985

Por Rogério Tomaz Jr.*

O senador Guido Manini Ríos, líder e fundador do Cabildo Abierto, partido de extrema-direita do Uruguai, pode perder o foro privilegiado e ter o mandato suspenso para responder a um processo movido pelo Ministério Público, que o acusa de ter se omitido diante da confissão de um crime ocorrido pouco antes da ditadura que vigorou no país entre 1973 e 1985.

A denúncia não é nova. Em março de 2019, o jornal “El Observador” informou que o militar José Nino Gavazzo confessou a um tribunal militar, em 2017, que jogou num rio o corpo de Roberto Gomensoro, militante da Frente Ampla que havia sido torturado e assassinado em março de 1973, três meses antes do início do regime repressor.

Ríos era o comandante do Exército no período em que funcionou esse tribunal que julgou Gavazzo – já condenado na Justiça por outros crimes na ditadura – e por isso é acusado de omissão, junto com outros generais, pelo procurador Rodrigo Morosoli. O pedido de perda de imunidade foi feito por Morosoli em novembro passado e precisa ser aprovado por dois terços dos 30 senadores. A votação deveria ter ocorrido em agosto, mas foi adiada sem data marcada.

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