Moraes deve levantar o sigilo do caso Marielle nas próximas horas

Suspeitos de serem os mandantes do crime ocorrido em 2018 foram presos no início da manhã deste domingo pela Polícia Federal

Ministro do STF Alexandre de Moraes
Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: STF)

A Polícia Federal (PF) apresentou seu relatório final sobre o caso Marielle Franco ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (20) e a expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes levante o sigilo do inquérito nas próximas horas. Segundo a jornalista Natuza Nery, do G1, a divulgação do relatório, porém, pode ser adiada, à espera dos resultados das buscas e apreensões realizadas neste domingo (24).

Neste domingo, a Polícia Federal deflagrou a operação “Murder, Inc.” que resultou na prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e de seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Eles foram presos pela suspeita de serem os mandantes da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa foi preso pela suspeita de acobertar o crime. Além dos mandados de prisão, a PF também cumpriu 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em sua delação premiada à PF, o ex-policial militar Ronnie Lessa disse que a morte de Marielle teria sido motivada pela expansão territorial das milícias no Rio. Lessa teria apontado Chiquinho e Domingos Brazão como os supostos mandantes do crime. Segundo o site Agenda do Poder, “nos anais da Câmara de Vereadores do Rio, não há registro de embates entre Marielle e o acusado de ter mandado matá-la, o então vereador Chiquinho Brazão. À época, Brazão apresentou projeto de regularização fundiária de áreas em 13 bairros da região de Jacarepaguá. O Psol votou contra por suspeitar que a iniciativa favoreceria a atuação das milícias. Marielle, contudo, não liderou esse movimento, tampouco se colocou na linha de frente de combate a sua aprovação”.

Ainda de acordo com Lessa, Marielle teria virado um alvo por defender que os terrenos fossem destinados a pessoas de baixa renda. Os supostos mandantes, porém, visavam a especulação imobiliária por meio da regularização de um condomínio em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social.

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