O amor também rompeu barreiras
Domingos fez uma revolução para casar com a amada
A revolução de 1817 não foi feita apenas de atos heroicos e de anseios libertários. Também teve uma grande história de amor, que culminou no casamento de Domingos José Martins e Maria Teodora da Costa ,no dia 14 de março, pouco depois da República ser decretada. Uma união, na visão do jornalista e pesquisador Paulo Santos de Oliveira- autor do livro A noiva da revolução, que pode ser considerada a mais importante da história do Brasil.
Paulo se pauta nos seguintes argumentos. Lembra que o casamento afrontava um forte preconceito, pois foi a primeira vez que um enlace entre um brasileiro e uma portuguesa rica teve a benção da família da moça. “Domingos fez uma revolução para casar com a amada”, brinca Paulo, que lembra, ainda, que a união teve a peculiaridade de ser realizada por amor -depois de 4 anos de namoro escondido – quando, no período, eram comuns arranjos de conveniência, celebrados pelos pais. Também foi importante o fato de ter significado uma aproximação entre portugueses e pernambucanos, que viviam em pé de guerra.
O casamento aconteceu na capelinha do Parque da Jaqueira. Na cerimônia, Teodora e as damas de honra apareceram com cabelos curtíssimos, algo incomum à época. Gesto, segundo Paulo, que alude às revolucionárias francesas de 1789 e demonstra, claramente, sua afinidade com os ideais defendidos pelo marido. Apesar de tanto amor, a história não foi duradoura nem teve um final feliz: Domingos foi fuzilado em 12 de junho, menos de três meses depois da celebração.