Operação mira quadrilha que desviava munições de uso restrito para facções do Rio

Segundo as investigações, os projéteis da PM do Distrito Federal eram comercializados para facções que atuam no Rio. Ações de hoje tiveram como base prisões este ano, quando foram apreendidas munições que chegavam para abastecer favelas

Por O Dia

Operação da Polícia Civil do Distrito Federal mira quadrilha que desviava munições da Polícia Militar e Exército do DF para comercializar para facções criminosas do Rio

Operação da Polícia Civil do Distrito Federal mira quadrilha que desviava munições da Polícia Militar e Exército do DF para comercializar para facções criminosas do Rio – Reprodução Vídeo / Divulgação

Rio – A Polícia Civil do Distrito Federal realiza a operação “Fogo Amigo”, que mira uma quadrilha que desviava munições de uso restrito de forças de segurança do DF. Segundo as investigações, os projéteis eram comercializados para facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro.

As informações foram divulgadas inicialmente pelo G1. São cumpridos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro cinco mandados de busca e sete de prisão temporária, com duração de 30 dias que podem ser renovadas, por se tratar de um crime hediondo. Um dos alvos é um bombeiro militar do DF que está cedido para outro órgão. Apenas um dos alvos segue foragido.

Segundo a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, as investigações começaram com base em duas apreensões de munições. Em uma delas, 1.529 munições de fuzil foram apreendidas no Rio em fevereiro deste ano. Foram detectadas que elas pertenciam à Polícia Militar do DF. Os projéteis eram 1.030 de calibre 5,56 mm e 499 de 7,62 mm, vindos de Brasília para o Rio de Janeiro através de uma empresa de transporte terrestre.

A outra aconteceu em 2 de junho deste ano pela PRF na BR-040, em Caxias, onde um casal foi preso com quase 1.400 projéteis, também de grosso calibre (500 de 7.62 mm e 890 de 5.56 mm), que seguiriam para o Complexo do Alemão. As munições tinham sido vendidas para o Comando do Exército e para a PMDF.

Munições apreendidas pela PRF no Rio e investigação da Desarme, da Polícia Civil do Rio, deram início à investigação do desvio de projéteis de órgãos de segurança do Distrito Federal – Divulgação

Procuradas, a Polícia Militar do DF disse que o comando da corporação ainda não foi notificada sobre o caso e que não há, até o momento, policial militar por envolvimento com este crime. “É preciso esperar que o Comando tome ciência dos fatos”, disse em nota.

“As investigações continuam no intuito de identificar os responsáveis pelo desvio das munições. Caso seja revelada a participação de algum militar, que agiu no exercício da função, as investigações serão compartilhadas com o Ministério Público Militar para apuração. Os nomes dos presos não serão revelados para não prejudicar a continuidade das investigações”, diz nota da Polícia Civil.

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