Presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), afirmou que os municípios não aguentam mais transferências de responsabilidades do Governo Federal. Segundo o socialista, diante da crise, há sempre um prejuízo em cadeia que acaba afetando ainda mais o trabalho dos gestores.

“Há muito tempo que a gente não suporta (outras atribuições). Isso compromete a qualidade dos serviços dos municípios, tirando mais do mesmo. O município vai ficar ali, começa a bolar as dividas, um mês paga uma coisa, no outro mês não paga. E como a crise ela vem de cima, então começa a paralisar obras, afeta a economia”, afirmou Patriota, durante entrevista àRádio Folha FM 96,7, nesta quarta-feira (22), dentro do programa Conexão Notícias.

De acordo com ele, além dos gestores tomarem atitudes para diminuir os prejuízos econômicos diante da crise, a sociedade precisa perceber que as medidas são necessárias.

“Muita gente ainda não percebeu da gravidade, do caminho que estamos tomando, dos rumos que está sendo dado. É imprevisível as conseqüências”, disse.

“Se a sociedade percebe, ela vai junto. Não pode o Poder judiciário, o Ministério Público, o Poder Legislativo não abrirem mão de suas vantagens, benefícios, de suas carreiras, cada um fica pensando em tomar medidas para os outros, quando chega a sua vez quer reajustar”, relatou o gestor.

Encontro

Diante da crise financeira, os representantes da Amupe se encontrarão na próxima semana para definir propostas que serão levadas para Brasília em agosto. José Patriota adiantou que uma das pautas será a discussão do pacto federativo.

“Não devemos permanecer da forma que está estruturado, na sociedade que evoluiu nos últimos anos, nas questões sociais, de cidadania. A sociedade não quer abrir mão do que já tem, as manifestações comprovaram isso”, explicou.