Polêmica na obra da Adutora do Forró é discutida em audiência promovida pela Prefeitura de Curaçá

Mesa composta para discussão relevante

Grazzielli Brito – Ação Popular

Aconteceu na tarde de ontem (06), em Praça pública de Barro Vermelho, distrito de Curaçá, Bahia, audiência pública em que se discutiu o planejamento da Adutora do Forró, que levará água potável para as localidades de Barro Vermelho, Poço de Fora e Esfomeados. As obras já estão em andamento e o principal questionamento tanto das autoridades presentes como da população é que essa água passará por fazendas e assentamentos até chegar aos seus destinos e não beneficiará as famílias que vivem nesse percurso.

Discutiram sobre a obra o prefeito Carlos Brandão (PPS), o vice Rogério Bahia (PMDB), representante da comunidade de Barro Vermelho Eduardo Varjão, o secretário municipal de desenvolvimento rural Luiz Barros, o de Infraestrutura e Obras Pedro França, Jean Marcelo diretor do SAAE/Curaçá, Maurício Moisés do Incra, representando a Câmara o vereador Januário Brandão (PC do B) e o engenheiro da MRM, empresa que realiza a obra da adutora, Adeildo Miranda.

“Porque as comunidades não vão ser atendidas?”, pergunta Rogério

Lamentavelmente, ninguém da Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (CERB) compareceu à audiência, este seria o órgão público mais indicado a dar esclarecimentos sobre a obra e seu projeto. que representantes da prefeitura de Curaçá não tiveram acesso.

Adutora do Forró foi pedido de Adelmário Coelho

A iniciativa do poder público municipal em promover a audiência é louvável, este é um momento importante em que a comunidade reivindica seus direitos e expõe para as autoridades suas reais necessidades. Todos os participantes agradeceram ao forrozeiro Adelmário Coelho, filho de Barro Vermelho, pela conquista da adutora, que foi um pedido pessoal dele ao governador Jaques Wagner.

Obra de construção da Adutora do Forró

O prefeito Calinhos Brandão disse que entende a preocupação da população em ver a água passar na porta de sua casa e não poder usufruir, ainda mais diante da seca que a região enfrenta. “Mas, não se preocupem porque isso não vai acontecer. Eu já falei com o secretário estadual Rui Costa, com o governador Jaques Wagner, e eles vão nos ajudar dando condições pra gente fazer uma distribuição de água justa para todos. Isso vai ser resolvido”, garantiu o prefeito.

Em consonância com Carlinhos, o vice-prefeito Rogério Bahia, disse que Rui Costa garantiu que a revindicação vai ser atendida, desde que a comunidade se organize. “A prefeitura dá total apoio a essas comunidades e promove a audiência nesse intuito”. Falando em nome das pessoas que se sentem excluídas do projeto, Rogério perguntou diretamente a Miranda, engenheiro da obra: “Porque nessa primeira etapa de construção as fazendas no entorno da adutora não vão receber essa água?” e mostrou sua preocupação com a adutora depois de terminada, uma vez que é difícil para o cidadão não ter água em casa, com a adutora passando na sua porta. “As pessoas vão ter que zelar por ela junto aos entes administrativos, ela é uma guinada na vida dos sertanejos e deve ser muito cuidada”.

Engenheiro explica o projeto

Adeildo Miranda

Na ausência da CERB, sobrou parao engenheiro da MRM. Ele respondeu aos questionamentos a respeito da obra. “A MRM é executora do projeto, nós estamos aqui para cumprir uma meta que é a execução do projeto que foi contratado com a CERB, portanto algumas questões caberiam a ela”, disse Miranda que atribuiu ao órgão estadual a responsabilidade do projeto.

“A nível técnico posso dizer que, se você esta fazendo uma adutora e ela vai ser bombeada então entre os pontos de bombeamento não podemos sangrar ou fazer ligações a outros pontos porque com isso você prejudicaria o bombeamento, e evidentemente não chegaria água suficiente no final da adutora. Existe como executar esse projeto para atender essas populações através de outras formas, que não seja furando a adutora. Mas, para isso é preciso passar para os projetistas todas as informações: que população será atendida, quantas fazendas e assentamentos estão no entorno. São informações concretas, distância, elevação, topografia, daí então devem ser mandadas essas informações para o projetista para fazer esses complementos”, esclareceu o engenheiro.

Obras da Adutora em andamento

A água que passará pela Adutora do Forró é água tratada para consumo humano, ela não deve ser desperdiçada e o engenheiro chama atenção. “Da maneira que está sendo construída ela vai bombear pra a população prevista no projeto. Derivações ao longo da adutora fariam com que ela começasse a deformar. Se essa água for interceptada no meio da adutora, ela passa a ter uma pressão muito acima do necessário para aquele ponto. É a mesma coisa de querer tirar energia de uma rede de alta tensão”.

Esse risco de que a água seja interceptada é a preocupação da prefeitura por isso a tentativa de incluir essas comunidades ainda nessa primeira etapa. O poder municipal quer, através da audiência, levar ao governo do estado toda essa situação e solucionar o problema o que pode acontecer em breve. “Essa reunião pode trazer efeitos construtivos. Isso pode ser feito antes do termino da obra, uma alteração no projeto, quando as populações estão em risco o governo procura rapidamente atender as demandas”, lembrou o engenheiro.

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