Prefeitos se dizem perdidos na guerra contra o corona

Com eleição e pandemia, 2020 é o ano dos prefeitos. Para o bem ou para o mal

Levi Vasconcelos

Prefeitos andavam a se queixar que, se as eleições fossem adiadas, eles teriam sérios problemas de caixa para fechar o ano: fim de eleição, entraria dezembro, mês de 13º, e caixa baixo por causa de tudo. Veio a compensação.

Agora, numa audiência pública da comissão conjunta do Congresso que acompanha o caso da Covid, eles requentam o nível das queixas, como a da falta de orientações do governo. Glademir Aroldi, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) disse lá:

— A gente ficou solto, meio que perdido. Cada gestor fazendo aquilo que acha.

Mais que isso. Por ingenuidade ou má fé, alguns fazendo compras atabalhoadas ou superfaturadas, a banda podre da administração pública também infiltrada nas entranhas do combate à Covid.

Dinheiro pouco

Os prefeitos dizem também que sofrem tratamento desiguais. Dos R$ 10 bilhões destinados à área de saúde para o combate à Covid, por exemplo, R$ 7 bilhões foram para os estados, e R$ 3 bilhões para os 5.559 municípios do país. Na Bahia, o governo terá R$ 346 milhões, e os municípios, R$ 212 milhões.

O presidente da UPB e prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSB), acha que fica injusto:

— Nossa principal fonte de receita é o ICMS, que, com o comércio fechado, praticamente desapareceu. Tudo isso devia ser ponderado.

Com eleição e pandemia, 2020 é o ano dos prefeitos. Para o bem ou para o mal.

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