Produtor rural de Curaçá alerta sobre situação dramática vivida pelo sertanejo

riachos
Os riachos estão nestas condições

Itamara Costa – Ação Popular

No semiárido baiano, como em tantas outras cidades do nordeste os produtores rurais continuam sofrendo com a devastação que a seca provoca. o Presidente da Associação de Produtores de Caprinos  e Ovinos de Poço de Fora, em Curaçá (BA), Marcos Gonçalves decidiu cobras das autoridades providências para amenizar o sofrimento dos produtores.

“Poços de Fora está passando pela calamidade há muito tempo no decorrer da seca e estamos sentindo a perda do nosso rebanho. Praticamente não temos mais gados, já fechou a porteira”, desabafou o presidente.

Alguns municípios que se encontram em situação de emergência, devido às consequências da seca, recebem a assistência de carros-pipa para amenizar os efeitos. Só que, segundo Marcos Gonçalves os carros que estão atendendo é da operação Pipa oferece água para consumo humano da população, e não para os animais. “A seca tem sido prolongada já estamos entrando no quarto ano e as cacimbas já secaram, o que precisamos agora é da ajuda do poder público. O rebanho está sendo dizimado, estamos vendo o rebanho morrer de sede naquela região”.

O presidente da associação contou que reuniões foram realizadas com o prefeito, Carlinhos Brandão, vereadores e autoridades, para tratar da falta de água, e propôs que os carros-pipas levem água da Adutora do Produtor, construída no município e distribua para os produtores. “A adutora não aguenta a pressão, foi construída com cano de quinta categoria, o cano estoura e não atinge toda região, quem mora distante não recebe água. Já sugerimos para o prefeito, a gente só vê promessas, de que vão limpar o barreiro, as cacimbas o problema de emergência e não vemos solução, isso não resolve o problema, estamos em situação de emergência”, contou.

Outro problema abordado por Marcos é a difícil decisão das famílias abandonarem suas casas por causa da pouca perspectiva de chuva, e procurar trabalho nas grandes cidades. “Estou fazendo um apelo para que as pessoas possa enxergar que é um problema grave, estamos perdendo nossas famílias, que estão indo embora para a cidade grande. Os jovens estão abandonando as comunidades porque não existe um programa de subsistência, não tem como produzir mais ali”, alerta.

Na última reunião, Marcos disse que o prefeito reconheceu a gravidade da situação e ressaltou a falta de dinheiro para atender a todos os municípios. “Disse que não tem dinheiro pra pagar um carro-pipa, mas tem dinheiro para pagar outras despesas desnecessárias. Os produtores precisam salvar o seu rebanho, solicitamos água e o prefeito disse que não tem condições de atender a população porque não existe dinheiro, mas se vangloriou que é o prefeito que mais faz estrada. Se tem dinheiro para estrada, não tem dinheiro para os produtores salvar seu rebanho? É um contraste” questionou.

Além da questão do abastecimento de água para o rebanho, o produtor reclamou da distribuição de milho pela Companhia de Abastecimento (Conab): “Está a passos  de tartaruga , funciona muito pouco, foi uma luta do distrito de Poço de Fora e por causa da burocracia não deixa, estamos num estado de calamidade pública. Só as pessoas não enxergam o estado de emergência que está ocorrendo no interior do estado”.

A reportagem tentou contato com o prefeito Carlos Brandão (PPS) e foi informado que o mesmo não se encontrava na Prefeitura. Até o fechamento desta matéria não recebemos nenhuma resposta.

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