‘Se passar dessa pilastra, estou morto’, diz bombeiro em vídeo durante tiroteio na Maré

Profissional se esconde atrás da pilastra de um CIEP
Profissional se esconde atrás da pilastra de um CIEP Foto: Reprodução
Jéssica Lauritzen

Em um vídeo publicado nesta segunda-feira, no YouTube, um bombeiro militar relata os momentos de aflição que passou enquanto tentava se proteger de um intenso tiroteio no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.

A gravação, que dura cerca de sete minutos e alcançou mais de 2.700 visualizações, mostra o profissional abaixado atrás da pilastra de um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) da região.

“O tiro comendo, meu irmão. Vai sair como? Vai fazer socorro como? Estou aqui atrás de uma pilastra; não sei como vou sair daqui, dentro da favela da Maré. (….) Se passar dessa pilastra, estou morto”, diz.

Em menos de um minuto após o início da narração, é possível ouvir uma sequência de fortes disparos de armas de fogo. O bombeiro comenta sobre o cheiro de pólvora que paira no ar e, após reafirmar que não sabe como sair dali, declara que “é desse jeito que o bombeiro vive”.

Segundo ele, toda a guarnição ficou acuada dentro da escola, no momento em que precisava prestar socorro à população. Com a mangueira de trabalho jogada no chão, o profissional se pergunta se as pessoas vão achar que eles são covardes.

Ao final da gravação, enquanto outros integrantes do Corpo de Bombeiros tentam sair do CIEP, o narrador alerta para que não o façam, devido ao risco de serem atingidos.

O profissional, conhecido como Silvinho (Silvio Rodrigues de Oliveira), mantém um canal no YouTube, onde publica vídeos, regularmente, registrando outras ações de trabalho junto ao Corpo de Bombeiros e casos de sua vida pessoal.

TIROTEIO, INCÊNDIO E BALA PERDIDA

Durante a tarde, um incêndio atingiu a sala de informática do Ciep Presidente Samora Machel, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. O fogo começou por volta das 14h e foi controlado com a ajuda de moradores da comunidade, até a chegada de bombeiros dos quarteis de Ramos e Caju.

Em outra escola na área, uma professora foi atingida de raspão no braço por bala perdida durante um tiroteio. Na ocasião, a mulher ajudava outros professores e funcionários a tirar as crianças da sala de aula e levá-las para o corredor do Espaço de Desenvolvimento Infantil Azoilda Trindade para se protegerem dos disparos.

Fonte: Extra

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