Vacinação contra covid-19 aos profissionais da saúde do Hospital das Clínicas%2C em São Paulo
Rovena Rosa/Agência Brasil

Vacinação contra covid-19 aos profissionais da saúde do Hospital das Clínicas, em São Paulo

O ministro Ricardo Lewandowski , do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido para que pessoas com deficiência fossem incluídas nos grupos prioritários de imunização contra a Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Apesar da negativa, Lewandowski considerou o pedido “mais que louvável”. Ele afirmou, no entanto, que uma decisão desses precisaria de “avaliações técnicas mais aprofundadas e estudos logísticos de maior envergadura, incompatíveis com uma decisão de natureza cautelar”.

“O atendimento da demanda exigiria a prévia identificação e quantificação das pessoas potencialmente atingidas pela medida, com o consequente estabelecimento de novas prioridades, relativamente a outros grupos identificados como preferenciais, já incluídos nos planos nacional e estaduais de imunização contra o novo coronavírus”, diz trecho do despacho do ministro.

Ainda de acordo com Lewandowski, o pedido de inclusão foi negado considerando a pouca quantidade de doses de vacinas no Brasil. Até gora, o País tem somente 6 milhões de doses da CoronaVac disponíveis para aplicação. O Instituto Butantan tem outras 4,8 milhões, mas essas ainda precisam de liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.

“Não se pode excluir a hipótese de que a inclusão de um novo grupo de pessoas na lista de precedência, sem qualquer dúvida merecedor de proteção estatal, poderia acarretar a retirada, total ou parcial, de outros grupos já incluídos no rol daqueles que serão vacinados de forma prioritária, presumivelmente escolhidos a partir de critérios técnicos e científicos definidos pelas autoridades sanitárias”, argumenta Lewandowski.

O pedido foi feito pela  Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) para que pessoas com deficiência e seus cuidadores, acompanhantes ou responsáveis fossem imunizados nessa primeira etapa do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Diante da falta de informações do impacto da decisão, o ministro do STF pediu que o Ministério da Saúde “avaliasse a possibilidade de incluir as pessoas discriminadas na petição desta entidade nas primeiras fases do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19”.