Suspensão de cirurgia bariátrica provoca fila de 200 pacientes

O Hospital das Clínicas de Marília (SP) não realiza uma cirurgia de redução de estômago há sete meses. A direção da Faculdade de Medicina (Famema), que administra a unidade de saúde, explica que houve uma reestruturação dos profissionais e que é preciso avaliar de novo os pacientes. Isso porque muitos deles já estavam prontos para cirurgia. Atualmente são cerca de 200 pacientes que estão no programa em acompanhamento e preparo. Na fase da reavaliação são 46 pacientes.

Antes da cirurgia, o paciente passa por uma série de exames, além de fazer o acompanhamento com profissionais de diversas áreas, como nutricionista e psicólogo. O médico, que assumiu a responsabilidade pelas cirurgias bariátricas, decidiu reavaliar todos os casos. Com isso, nenhum paciente foi operado nos últimos sete meses. Situação que deixa Cleusa de Souza indignada. Aos 41 anos, ela sofre de pressão alta, diabetes e dores pelo corpo por causa do peso. “É muito difícil. Tem hora que dá até vontade de desistir, mas por problema de saúde não posso desistir. Então tenho que vir”, conta.

A dona de casa Juliana de Oliveira espera há anos uma cirurgia de redução de estômago. Moradoras de Tupã, elas têm uma rotina puxada quando precisam viajar até Marília para fazer o acompanhamento no Ambulatório Médico de Especialidades “Mário Covas”. “A gente sai daqui cedo, às 4 horas. Chega lá para ser atendido às 7 horas e é atendido às 10 horas. Quando a gente sai de lá já é tarde também”, avisa.

A empresária Léia Miriane também aguarda sem saber quando a vez dela vai chegar. “Eles que são médicos não têm resposta. A gente vai ficar como desse jeito?”, desabafa.

O médico cardiologista, Paulo Moreira, diz que a obesidade de transtornos à vida das pessoas causa uma série de doenças que podem levar o paciente à morte como pressão alta. “A obesidade é sempre um fator de risco muito grande de doença cardiovascular. Doença cardíaca, infarto, angina, doença coronária e doença arteriosclerótica que é a mesma doença de território cerebral, acidente vascular cerebral, os derrames.”

A Famema também afirma que a partir do mês de setembro, os pacientes do programa de tratamento da obesidade com indicação para o procedimento vão voltar a passar pelas cirurgias bariátrica e metabólica. (G1)

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