Três anos depois, piora situação no Balneário Chico Periquito

Da Redação

Há mais de três anos as obras de revitalização do Balneário Chico Periquito foram iniciadas e nunca foram concluídas. O projeto foi de autoria do deputado estadual Roberto Carlos (PDT), que conseguiu através do Governo Estadual da Bahia aprovar emenda no valor de R$ 368.881,77. O recurso foi liberado para a administração Genilson Silva (PT) e foi aplicado na construção de um calçadão, que acabou na primeira chuva e alguns quiosques, que estão abandonados. O prazo para a conclusão dos trabalhos já venceu.

A situação do Balneário é tão desastrosa que alguns barraqueiros são obrigados a pegar água bruta no rio para lavar e cozinhar. Em outras ocasiões o cliente é obrigado a transformar o mato ou o estacionamento em sanitário público. A reportagem do Ação Popular retornou ao local e viu de perto o desperdício com o dinheiro. “A situação aqui é precária, o ‘Chico’ não tem segurança nem iluminação. Não temos água tratada, estamos aqui na base do carro pipa. Os banheiros não têm nenhuma limpeza, os vasos não tem reservatório d’água e temos que ficar pegando água com balde no rio, mesmo correndo o risco de contrair doenças”, denuncia a comerciante Shirlene Sobreira.

Outro problema grave de saúde pública detectado pela reportagem é com relação a um determinado ‘sanitário comunitário’, que fica em cima de um morro com mais de 20 metros de altura totalmente infectado, podre, com vasos quebrados, mictório com um metro e meio de altura e entupido, paredes com buracos, teto infestado de casas de aranha. “Para complicar mais ainda a situação somos obrigados a enfrentar esse outro problema. Assim como eu, outros comerciantes ficam envergonhados e temerosos quando chega uma excursão de turistas com famílias. As pessoas consomem e tentam usar os sanitários que ficam em um local perigoso, de difícil acesso, cheio de mato. Não existe escada, tem assaltos constantemente e ainda servem de próstibulo”, reclama.

“Nesta semana um casal de namorados passou mais de duas horas lá dentro, fazendo sexo em plena luz do dia. No sanitário masculino, o usuário é obrigado a levar uma cadeira ou um banquinho para tentar fazer suas necessidades. O teto é infestado de casas de aranha – uma verdadeira imundície – portas fechadas com arame; paredes dos dois sanitários (masculino/feminino) cheias de buracos onde as mulheres são ‘butucadas’ pelos vagabundos. Agora imagine a esposa de um juiz ou de um promotor se sentir ‘apertada’, ser obrigada a usar o sanitário e se deparar com essas condições?”, questiona.

Mesmo a administração municipal sabendo do perigo que as pessoas correm, nenhuma providência até o momento foi tomada. “Ele está ciente da situação desde o primeiro dia que sentou na cadeira de prefeito. No dia das Mães uma senhora de idade tropeçou e caiu quando ia ao sanitário, quase morre. Isso vem acontecendo constantemente, o lugar está ficando deserto e os prejuízos são enormes. Os turistas chegam, observam e vão embora. Até a freqüência das famílias que moram aqui e na região vem caindo porque ninguém suporta estar num ambiente nessas condições”, lamenta.

Outro fato estarrecedor é com relação à grande quantidade de animais espalhados pelo local. “O cliente não pode dar vacilo que gatos e cachorros avançam nos pratos. Isso sem contar os cachorros infectados de calazar circulando livremente entre as pessoas, inclusive crianças”, denúncia.

A reportagem do Ação Popular flagrou ainda dejetos fecais sendo lançado no rio, lascas de vidro no local onde as crianças tomam banho, fezes de animas, lixo acumulado, arvores sem poda. “Há dois dias uma senhora com diabete foi arranhada por um gato e foi conduzida às pressas para o posto médico”, concluiu.

A reportagem do Ação Popular tentou contato com a administração municipal e não conseguiu.