Witzel chama de ‘levianas’ acusações de Bolsonaro: ‘Não está talvez em seu estado normal’

Governador Wilson Witzel: 'Jamais vazei qualquer tipo de informação, seja como magistrado, seja como governador'

Governador Wilson Witzel: ‘Jamais vazei qualquer tipo de informação, seja como magistrado, seja como governador’ Foto: Agência O Globo
Gustavo Goulart

Com o semblante fechado e o tom de voz exaltado, o governador Wilson Witzel voltou a criticar as acusações feitas pelo presidente da República Jair Bolsonaro de que ele teria vazado informações sobre as investigações do caso Marielle Franco e Anderson Gomes à imprensa. Witzel disse achar que Bolsonaro estava descontrolado emocionalmente quando fez as acusações.

— Eu tenho 17 anos como magistrado. E em toda a minha carreira como magistrado eu sempre prezei pelos princípios constitucionais. Jamais vazei qualquer tipo de informação, seja como magistrado, seja como governador. Lamento que o presidente tenha, num momento, talvez, de descontrole emocional, num momento em que ele está numa viagem, não está talvez no seu estado normal, tenha feito acusações sobre a minha atividade como governador — reagiu o governador

— Não manipulo o Ministério Público, não manipulo a polícia civil. Isso é absolutamente inadequado e contrário às instituições democráticas. A polícia civil no meu governo tem independência, o Ministério Público tem e sempre terá independência. E infelizmente eu recebi com muita tristeza essas levianas acusações. Espero que o presidente reflita — completou.

Na noite desta terça-feira, o “JN” publicou uma reportagem mostrando que um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco foi ao condomínio onde mora Bolsonaro, alegando que iria à casa do presidente. Registros da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde mora o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa, principal suspeito de matar Marielle e o motorista Anderson Gomes, mostram que horas antes do assassinato, no dia 14 de março de 2018, o outro suspeito do crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, entrou no condomínio dizendo que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro.

Fontes disseram à equipe do “Jornal Nacional” que os dois criminosos saíram do condomínio dentro do carro de Ronnie Lessa, minutos depois da chegada de Élcio. Eles teriam embarcado no carro usado no crime nas proximidades do condomínio.

— Não sei quem é o porteiro. Eu não tive acesso como a Globo teve, como o Witzel teve. O processo corre em segredo. Nós sabemos que são pessoas humildes, que quando são tomados depoimentos sempre estão preocupados com alguma coisa. No meu entender o porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordem do senhor Witzel, governador — disse o presidente.

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