Com salários atrasados, RN parcela pagamento; servidores reclamam

Foto: Divulgação
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Com três folhas de pagamento em atraso, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), decidiu pagar em duas vezes os salários de janeiro e fevereiro dos servidores. A primeira parcela, de 30%, será depositada nesta quinta-feira (10), enquanto a segunda, de 70%, no último dia útil do mês.

Essa fórmula vale para quem não recebeu os pagamentos referentes ao fim do ano passado e não agradou o Fórum dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte, que divulgou uma nota criticando a decisão da petista e afirmando que rejeita a proposta.

“Não atende minimamente aos anseios e às necessidades financeiras dos servidores públicos”, argumenta a entidade.

Para o Fórum, a decisão “afronta aos princípios da cronologia, da continuidade da administração pública e da impessoalidade”. O grupo diz também que há “uma inversão temporal de compromissos que beira ao absurdo e a total falta de razoabilidade e lógica”.

A entidade afirma ainda que a governadora, com a decisão, busca “construir perante à sociedade potiguar uma imagem maquiada da realidade, de que a nova gestão está adimplindo tempestivamente os salários dos seus servidores, como se os que estão em atraso fossem de menor relevância, por terem sido constituídos pelo governador anterior e não pela atual, esquecendo-se de que as remunerações em questão são obrigações institucionais do Estado do RN e não pessoais de cada governante”.

Além disso, para o fórum, o pagamento “está aquém da possibilidade de pagamento do governo, considerando a previsão de entrada de recursos no erário em janeiro e o fato de que o orçamento de 2019 está fechado”.

De acordo com o Governo do Rio Grande do Norte, o débito com as três folhas é de R$ 1 bilhão. “Todo esforço nosso é para equacionar a dívida que temos com os servidores. Nesse sentido, estamos lutando em busca de recursos extras e, à medida que estes forem entrando no caixa do estado, o dinheiro será destinado a esta finalidade”.

A gestão afirma que recursos extras para o pagamento dos salários atrasados poderão vir da antecipação dos royalties do petróleo, da renegociação da administração da folha junto ao Banco do Brasil, da partilha da cessão onerosa do pré-sal.

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