Japão derrota Rússia na Batalha de Tsushima

Derrota do czar russo fortaleceu movimentos anticolonialistas na Ásia

Em 27 de maio de 1905, a frota de guerra japonesa derrota uma frota de guerra russa vinda do Báltico. A batalha naval se desenrola ao largo das ilhas Tsushima, no braço de mar que separa a Coreia do Japão.

Era a primeira vez que um Estado do porte da Rússia se via derrotado por uma potência asiática. Esse fato sem precedentes iria relançar os movimentos anticolonialistas na Ásia, em particular nas Índias submetida aos britânicos, os quais imprudentemente encorajaram a agressão japonesa.

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Pintura de Tōjō Shōtarō, de 1906, retrata Batalha de Tsushima

O conflito teve sua origem na rivalidade entre a Rússia do czar Nicolau II e o Japão do imperador Mutsuhito. Ambos queriam erguer um império colonial para se equiparar às grandes potências ocidentais. Seu alvo comum era a China.

Por sua vez, o imperador da Alemanha, Guilherme II encoraja o czar russo em sua visão expansionista asiática tendo em vista isolá-la de sua aliança com a França.

A Rússia conquista a primeira vitória ao ocupar a província chinesa da Manchúria e a quase ilha de Liaotung a favor da Revolta dos Boxeurs. Ela ali instala uma sólida guarnição em Port-Arthur, na extremidade da quase-ilha. Contudo, a Inglaterra do rei Eduardo VII irrita-se com este expansionismo. Avisa o Japão que só não interviria na guerra se o Japão atacasse a Rússia. Assim, Port-Arthur é atacado sem prévia declaração de guerra na noite de 7 para 8 de fevereiro de 1904 — os japoneses repetiriam a tática contra os norte-americanos em Pearl Harbor, em dezembro de 1941.

A armada do almirante Heihashiro Togo afunda sete navios russos quando ainda estavam ancorados enquanto 8 mil soldados japoneses desembarcavam na Coreia, marchando em seguida em direção de Seul. Em 2 de janeiro de 1905, a guarnição russa de Port-Arthur capitula. Após a batalha de Mukden, o Exército russo teve de abandonar a Manchúria. O gosto amargo da derrota foi um dos fatores na origem da ‘Revolução Sangrenta’ em São Petersburgo de domingo 22 de janeiro de 1905. O núcleo da autocracia russa foi severamente atingido e balançou.

O Japão, se bem que já no limite de suas forças, praticamente tinha ganho a guerra quando a frota russa do Báltico chega a suas águas. Sob o comando do almirante Rojdestvenski, levou oito meses para contornar a África pelo Cabo da Boa Esperança e subir em direção ao Extremo Oriente.

O almirante Heihashiro Togo corta-lhe a rota e destrói sua armada ao cabo de uma batalha de dois dias.

Dos 45 navios russos, somente dois destróieres e um cruzador conseguem escapar do desastre e ganham o porto russo de Vladivostok. Seis outros pequenos barcos de guerra se refugiam em portos neutros, onde são desarmados. Os demais foram afundados ou capturados pelos japoneses.

Perto de 5 mil russos são mortos e 6 mil feitos prisioneiros, entre os quais dois almirantes. Os japoneses só tiveram de lamentar a perda de 3 destróieres e 700 homens.

O czar não teve outra saída se não aceitar a mediação do presidente norte-americano Theodore Roosevelt. Ele abre em 5 de setembro as negociações que conduziriam a uma paz humilhante para Moscou e que foi assinada em Portsmouth, Estados Unidos.

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