Mais grana para os nobres representantes do povo

Opinião

Vida ruim e penosa a de deputado federal: embolsa R$ 33.763 líquidos, tem cota para passagem aérea, em média 45 mil por mês. Telefonia e serviços postais. Manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar, compreendendo locação de imóveis, pagamento de taxa de condomínio e IPTU.

Também inclui seguro contra incêndio, energia elétrica, água e esgoto, locação de móveis e equipamentos, material de expediente e suprimentos de informática, acesso à internet, TV a cabo, licença de uso de software, assinatura de publicações. Mais: fornecimento de alimentação do parlamentar, hospedagem, locação ou fretamento de aeronaves, de automóveis (até o limite de R$ 10,9 mil mensais).

Inclui serviços de táxi, pedágio e estacionamento até o limite global de R$ 2,7 mil mensais; passagens terrestres, marítimas ou fluviais; combustíveis e lubrificantes até o limite de R$ 6 mil por mês; serviços de segurança prestados por empresa especializada até R$ 8,7 mil por mês. Isso sem contar com as famigeradas emendas parlamentares – R$ 16,3 milhões para cada nobre representante do povo.

Se isso já não fosse um escárnio, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), reajustou, ontem, em 60,62%, os valores das diárias pagas a deputados federais e servidores da Casa durante viagens oficiais nacionais. O aumento foi aprovado em reunião da Mesa Diretoria em 17 de abril e publicado ontem no Diário Oficial da Câmara, em ato assinado por Lira e pelos demais integrantes da mesa.

Na justificativa, a Câmara afirma que o percentual de 60,62% corresponde à variação acumulada do IPCA (índice oficial de inflação) de junho de 2015 a março de 2024. Com o reajuste autorizado pela mesa diretora, a diária paga a deputados federais durante viagens nacionais saltará dos atuais R$ 524,00 para R$ 842,00.

Outras cositas – Outro acréscimo salarial diz respeito à verba destinada à contratação de pessoal, que soma cerca de R$ 106.866,59 para até 25 secretários parlamentares. No final do mês, o valor que cai na conta dos deputados federais também pode englobar auxílio-moradia, despesas com saúde e cota gráfica. No início e fim do mandato, o parlamentar também recebe uma ajuda de custo equivalente ao valor mensal da remuneração para compensar eventuais despesas com mudança e transporte.

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