Manuela D’Ávila: “sempre foi difícil ser mulher na política. Mas nunca foi tão violento quanto agora”

Manu esteve em Santa Maria e discursou para universitários sobre os dilemas das mulheres na política. No Twitter:

É um prazer estar em uma mesa com duas mulheres negras. Mulheres negras que são sempre inviabilizadas em tantos espaços de poder. E se tem duas questões que estruturam bem o preconceito é a questão de raça e de gênero. 

Sempre foi difícil ser uma mulher na política. Mas nunca foi tão violento quanto estamos vivendo agora. E ao mesmo tempo nunca foi tão grande o acolhimento e a sororidade, a solidariedade que também temos umas com as outras.

Esse sistema eleitoral nunca favoreceu o espaço p/ mulheres. Ele precisa ser reformado. Por isso defendo cotas p/mulheres, ñ nas listas, mas em cargos. Outros países fizeram isso. Conseguiram resolver + rápido o tema da sub-representação de mulheres na política. A sociedade que vivemos programa que as mulheres fiquem presas nos ambientes domésticos. As mulheres trabalham quase 8h a mais que homens na semana. E a crise pune mais as mulheres do que os homens. Mais ainda com essa reforma trabalhista.

Mulheres ñ são livres p/frequentarem espaços públicos. Na vida real existem camadas profundas q tb nos prendem dentro de casa. Um mercado de trabalho que ñ contrata mulheres muitas vezes por terem filhos pq acabam faltando+quando ñ há Estado q as ampare.

São muitas camadas de opressão. Eu fui uma mulher gorda até os meus 18 anos. Sei bem o que é ser uma mulher gorda na nossa sociedade. Sei o impacto disso e sei como a desconstrução da nossa sociedade é importante. Existe como garantirmos equidade de gênero se não formos nós, mulheres, quem mais luta por um Estado garantidor de direitos? Para mim, não. E a desigualdade é estruturada a partir de gênero e raça.

Manuela D’Ávilla: nossas ideias são à prova de balas. Foto: Rogério Tomaz Jr/Divulgação

Manuela

@ManuelaDavila

Manu: “Sempre foi difícil ser uma mulher na política. Mas nunca foi tão violento quanto estamos vivendo agora. E ao mesmo tempo nunca foi tão grande o acolhimento e a sororidade, a solidariedade que também temos umas com as outras”.

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