Estreptococo do grupo A (foto) é a causadora da escarlatina
NATIONAL INSTITUTE OF ALLERGY AND INFECTIOUS DISEASES, NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH
A UKHSA (Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido) emitiu um alerta na sexta-feira (2) diante do aumento das infecções por bactérias estreptococo do grupo A. Seis crianças menores de dez anos morreram nos últimos dias.
Uma das doenças causadas por essas bactérias é a escarlatina, justamente a que tem sido objeto de preocupação das autoridades sanitárias britânicas.
Em nota, a UKHSA relata que já havia um aumento de casos de escarlatina ‘maior do que o esperado’ no verão, que terminou em setembro, e que o patamar se manteve elevado, com 4.622 notificações em dez semanas.
O número é 257% maior do que a média para os mesmo período dos últimos cinco anos, ressalta a agência.
“Dado o potencial para apresentações graves em crianças, continua sendo importante que os casos de escarlatina sejam tratados prontamente com antibióticos para limitar a propagação e reduzir o risco de possíveis complicações nos casos e seus contatos próximos. Devido a essas complicações incomuns, mas potencialmente graves, os médicos e as equipes de proteção à saúde devem continuar atentos aos possíveis aumentos da doença invasiva e manter um alto grau de suspeita clínica ao avaliar os pacientes, principalmente aqueles com infecção viral anterior (incluindo varicela) ou contatos próximos de escarlatina”, diz o comunicado.
Lesões de pele ocorrem em pacientes com escarlatina
REPRODUÇÃO/MANUAL MSD
A escarlatina se manifesta por meio de lesões na pele, que começam no rosto e depois se espalham para o resto do corpo.
“A erupção cutânea é pior nas dobras da pele, como a dobra entre as pernas e o tronco. À medida que a erupção cutânea diminui, a pele descasca. Caroços vermelhos se desenvolvem na língua, que é revestida com um filme branco amarelado. O filme então descama, e a língua parece vermelha (língua com aspecto de framboesa)”, descreve o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.
O guia médico ainda pontua que, embora a doença seja incomum hoje em dia, surtos ainda ocorrem.
“Ela [escarlatina] tende a se espalhar quando as pessoas têm contato estreito entre si – por exemplo, em escolas ou creches. A escarlatina ocorre principalmente em crianças, geralmente após uma faringite estreptocócica, mas às vezes após infecções estreptocócicas na pele.”
A escarlatina é uma das doenças causadas por bactérias estreptococos do grupo A. Elas se disseminam por meio de secreções (gotículas de tosse e espirro) ou pelo contato com feridas e úlceras da pele de alguém infectado.
O surto de escarlatina ocorre em meio a um aumento geral das notificações de doença invasiva por estreptococo do grupo A (iGAs, na sigla em inglês).
“Em crianças menores de 10 anos, a taxa de infecção por iGAS foi maior do que os níveis relatados nos anos anteriores à pandemia de Covid-19, mas substancialmente maior do que nos últimos dois anos. As investigações estão em andamento após relatos de um aumento nas infecções por GAS do trato respiratório inferior , particularmente empiema [bactérias na cavidade pleural], em crianças nas últimas semanas”, complementa a UKHSA.