Por Fábio Serapião, da Crusoé
Um dos anexos do acordo de colaboração de Orlando Diniz mantidos em sigilo pelo Ministério Público Federal trata da relação do ex-todo-poderoso da Fecomércio do Rio de Janeiro com o empresário Alexandre Accioly.
O conhecido integrante da high society carioca, cuja lista de amigos vai de Aécio Neves a Luciano Huck, já foi apontado como operador do deputado tucano e aparece em investigações da Lava Jato por relação com empresários ligados a Cabral.
Orlando Diniz diz ter repassado valores para uma empresa de Accioly responsável pela realização do evento “Noites Cariocas” com a promessa de receber parte do dinheiro pago pelos cofres da Fecomércio de volta para seu bolso.
A promessa de devolver os valores teria sido feita por Accioly em um encontro, após o então governador Sérgio Cabral aproximar os dois. Cabral teria mencionado que “seria muito bom Orlando se aproximar para realizar o evento”, que pertencia a Accioly.
Depois da primeira conversa, Diniz e Accioly se reuniram outras vezes no apartamento do empresário em Ipanema. “Na terceira visita, Accioly, em determinado momento, se dirigiu ao interior do apartamento e voltou com uma caixa de sapatos com 100 mil reais. Em outra oportunidade, Orlando voltou a este mesmo apartamento para almoço em homenagem a Aécio Neves”, afirma Diniz em um dos anexos de seu acordo.
No total, diz Orlando Diniz, a Fecomércio repassou cerca de 14 milhões para a empresa de Accioly. O empresário devolveu 700 mil reais em espécie a Diniz.
“Accioly recebia Orlando em sua sala, uma sala totalmente aberta, e manipulava o dinheiro para entregar a Orlando que o guardava em uma mochila. Essa sala era sem paredes e era tudo muito natural, como se fosse uma situação corriqueira naquele espaço. Accioly ainda ofereceu a Orlando a oportunidade de investir estes valores na Academia Bodytech”, explicou Diniz.