Pedalada e o câncer ósseo

Passeio ciclístico chama a atenção da sociedade para um tumor que pode se manifestar por dor, inchaço e fraturas. Apesar de rara, doença é agressiva

Adélia já passou por quimioterapia e por uma cirurgia que preservou parte do braço esquerdo / Alexandre Gondim/JC Imagem

Adélia já passou por quimioterapia e por uma cirurgia que preservou parte do braço esquerdo

Alexandre Gondim/JC Imagem

Entre consultas e cirurgias, o ortopedista oncológico Marcelo Souza, do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), não abre mão de aproveitar o tempo livre sobre duas rodas. Ele sabe que o ciclismo é um senhor exercício, que promove o bem-estar físico e também é bom para a mente. Foi essa paixão pela bicicleta que o levou a promover a 1ª edição do Passeio Ciclístico Pedala HCP, que será realizado amanhã (26/4). O objetivo do evento é alertar para o câncer ósseo, que representa 1% de todos os tipos de tumores.

“Apesar de raro, é agressivo. Geralmente, quando é detectado, já está muito avançado. Por isso, decidimos lançar o passeio ciclístico, pois acreditamos que é uma forma de chamar a atenção dos recifenses para a importância do diagnóstico precoce da doença”, diz Marcelo Souza, coordenador do Serviço de Ortopedia Oncológica no HCP. Ele faz esse alerta porque o câncer ósseo, quando detectado em estágio inicial, pode ser curável. “É uma realidade diferente de décadas passadas, quando a maioria dos pacientes morria após amputações dos membros afetados pelo tumor.”

Atualmente, através de combinação terapêutica que pode incluir cirurgia, quimio, radio e hormonioterapia, a pessoa com câncer ósseo conta tem a chance de manter a qualidade de vida durante e depois do tratamento. É o caso da cantora evangélica Adélia Ferreira, 44 anos. Há três anos, ela começou a sentir dores no braço esquerdo e a perceber inchaços no membro – sintomas que não levaram os primeiros médicos que a atenderam a desconfiar logo de tumor ósseo.

“Passei um ano sendo tratada de tendinite. Houve um dia em que não aguentei de tanta dor e inchaço no braço. Quando cheguei ao hospital, fiz ressonância magnética e outros exames. Só assim, depois de muito sofrimento que passei, detectaram a doença”, conta. Adélia foi diagnosticada com sarcoma – o câncer ósseo mais comum e que se desenvolve com mais frequência nos ossos dos braços, pernas e pelve.

“Passei por quimioterapia e, há um mês, fiz uma cirurgia. Estou feliz porque o médico tirou o câncer, conseguiu preservar parte do meu braço e os movimentos da mão”, acrescenta Adélia, que agora vai passar pela etapa de reabilitação. “Vou fazer fisioterapia para uma melhor recuperação. Para mim, o tratamento é uma vitória porque havia chances de amputar o braço, mas não foi preciso.”

O mestre de obras de construção civil aposentado Adalto da Silva, 72, passou pela primeira consulta para iniciar o tratamento do câncer ósseo. Entre os sintomas que apresenta, estão dor e inchaço no braço direito, além de limitação dos movimentos da mão. “Até agora, só tomo comprimidos para aliviar a dor, mas não tem funcionado”, conta Adalto, que está confiante no tratamento que começará a seguir contra o tumor. “Quero ficar bem”, destaca.

Fonte: CJ

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