Políticos de Petrolina contrariam a maioria dos Nordestinos e votam a favor do impeachment da presidenta Dilma

 

O Ponto Crítico traz nesse especial, um panorama da representatividade politica de Petrolina na votação do impeachment. Traçamos de maneira crítica a trajetória de três políticos petrolinenses filiados ao Partido Socialista Brasileiro, acompanhe:

FOTO: Reprodução/Internet

 

Em todo o Brasil, pessoas vem se manifestando contra e a favor da permanência da Presidenta. De acordo com uma pesquisa do Vox Populi encomendada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), para a maioria dos brasileiros (58%), o impeachment não é a solução para os problemas econômicos e políticos do país.

A pesquisa também aponta que o maior percentual de pessoas contra o Impeachment foi registrado no Nordeste, onde 54% são contra e 40% favoráveis. Mas apesar desse dado, segundo informações do site Mapa da Democracia, em Pernambuco, 13 parlamentares estão a favor do impeachment. Um dos nomes que aparecem é o do Deputado Federal, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB-PE), Gonzaga Patriota.

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Outros dois Petrolinenses  já declararam que estão a favor do impeachment, o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Fernando Filho e o o seu pai, Fernando Bezerra Coelho (PSB), Senador (PSB).

Apesar de em 2015 Fernando, junto com outros 6 senadores do PSB, ter assinado uma nota firmando posição contrária ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, de acordo com a assessoria dele, o senador mudou de opnião conforme consta da página do senador no Facebook e foi divulgado pela imprensa o posicionamento oficial de pernambucano.“A posição do partido em favor do impeachment está correta. Estamos na oposição ao governo. Mas, temos que respeitar as posições contrárias dentro do PSB. Após a definição deste processo (de impeachment), o nosso partido deverá oferecer ajuda ao governo, independentemente de quem for confirmado na Presidência da República. Não podemos fugir desta responsabilidade. O PSB tem que participar do resgate dos grupos de centro-esquerda, com novas propostas políticas e uma agenda que ajude o país a superar a maior crise econômica da história do Brasil”.

Já Fernando Filho, junto com a bancada do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Câmara dos Deputados decidiu, em reunião com a Presidência Nacional da legenda no último dia 7, apoiar o processo de impeachment que tramita na Casa.

Em nota enviada à imprensa, a cúpula do PSB justifica que a decisão se deve “a razões de ordem política, inquestionáveis, tendo Sua Excelência perdido completamente a condição de liderar uma retomada, diante da desastrosa gestão do País, que nos levou a uma crise profunda; bem assim, a razões jurídicas que autorizam, nesta fase, a abertura de processo, pois o seu julgamento será realizado no Senado Federal”.

Em entrevista ao Blog do Margo Martins, Fernando Filho declarou que a bancada votará praticamente fechada pelo impeachment. “Se houver dissidências, serão mínimas, algo em torno de quatro ou cinco”, informou.

Apesar da posição do partido, a militância do PSB reagiu em carta e pede que o partido respeite sua história.”Com imensa tristeza li ontem a nota de que a bancada do PSB apoia o golpe via o impeachment institucional. Prezo a memória nacional e por isso sei como os 21 anos de ditadura começaram: com a destituição institucional do representante eleito sob as mesmas acusações que grassam hoje e, infelizmente, conduzidas pelos mesmos atores que apoiaram a ditadura. Prezo a memória de João Mangabeira, de Miguel Arraes, de Jamil Haddad, de Adalgiza Nery, que dentre outros atuaram em prol da manutenção da legalidade do governo de João Goulart, apeado do poder pelos golpistas de 1964. E agora, vocês juntos com os golpistas de 2016, em favor de um impeachment sem crime configurado, realizado a toque de caixa por um presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, notório corrupto, que ardilosamente se mantém no poder há meses, legislando em causa própria e dos amigos.” escreveu Valéria Cristina Lopes Wilke, cidadã brasileira e professora.

A posição do PSB, também provocou a saída de  Políticos de Referência do partido, como o ex-presidente do PSB Roberto Amaral e da deputada Luiza Erundina.

Ao se desfiliar do partido, Roberto Amaral deixou uma carta de despedida aos militantes do partido. “Despeço-me da legenda para poder continuar defendendo o socialismo e sua proposta de fazer de nosso país uma nação soberana, desenvolvida e socialmente inclusiva”.

O apoio do PSB ao processo de impeachment, principalmente dos três políticos petrolinenses já citados, chama a atenção também, da população do Vale do São Francisco, que vem se manifestando através de depoimentos nas redes sociais. Um dos motivos dessa inquietação, é  é a história política e as ligações que os parlamentares já tiveram com o Governo Federal, inclusive apoiando a atual governante e se beneficiaram dessa parceria.

Por isso o Ponto Crítico resolveu trazer a trajetória e as contradições desses Políticos:

Fernando Bezerra Coelho e Fernando Filho:

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FOTO: Reprodução/Internet

Fernando Bezerra de Sousa Coelho Filho, deputado Federal (PSB-PE) e atual o líder do PSB na Câmara dos Deputados. O parlamentar, é Filho de  Fernando Bezerra Coelho, uma das oligarquias mais longevas do Nordeste, cujo sobrenome está espalhado por toda Petrolina-PE.

A família Coelho administra o município de Petrolina por cerca de 50 anos.

Fernando Bezerra Coelho é Senador (PSB) e foi Ministro da Integração entre o ano de 2011 e 2013, durante o governo do PT. Em 2006 conseguiu eleger seu filho, Fernando Filho, para deputado federal.

Em Janeiro de 2012, a jornalista Julia Dualibi escreveu para o estado de São Paulo o texto ” O coronelismo do Clã Coelho“, que faz uma crítica a história política e a oligarquia da família.

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FOTO: Reprodução/Internet

Em seu texto, Julia declara que quando assumiu o Ministério da Integração Nacional, Fernando Coelho indicou integrantes da sua família para exercer funções ligadas a sua pasta.

Ainda de acordo com a matéria, Bezerra foi acusado de burlar decreto antinepostismo na administração pública ao manter o irmão como presidente interino da Codevasf por quase um ano.

Julia afirma ainda que o estado mostrou ainda, que os primos do ex-Ministro, todos com o sobrenome Coelho, receberam do ministério cerca de R$ 1 Milhão pela desapropriação de terra na Bahia em 2011.

Cargos públicos de Fernando Bezerra Coelho:

  • Deputado Estadual (1983-1985)
  • Secretário da Casa Civil de Pernambuco (1985)
  • Deputado Federal (1986–1990, 1991–1992
  • Prefeito de Petrolina (1993–1996)
  • Secretário de Agricultura (1998)
  • Prefeito de Petrolina (2001–2004, 2005–2007)
  • Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (2007)
  • Presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape (2007)
  • Ministro da Integração Nacional (2011–2013)

Gonzaga Patriota:

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FOTO: Reprodução/Internet

Gonzaga Patriota (PSB) foi intitulado pela Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social(Enecos), como um dos coronéis da Mídia Brasileira. O deputado é sócio da Rede Brasil de Comunicações, em Pernambuco, e é um dos alguns exemplos dos governantes que controlam emissoras de rádio.

A ENECOS destaca que a Rede Brasil de Comunicações possui apenas 3 pessoas sócios, o deputado, Georgynna Gayre Leite Patriota e Geannedy Laurelisa Leite Patriota, sendo as duas últimas, diretoras da empresa. “A rede é composta por emissoras na cidade de Salgueiro, Sertânia, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista. Qualquer pessoa pode acessar o site da Agência Nacional de Comunicações (Anatel) para pesquisar quem são as pessoas sócias de empresas de comunicação.”.

Em Julho de 2014, a Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos), lançou a campanha Fora Coronéis da Mídia, para sensibilizar a população a respeito de quantos políticos concessionários existem e quem exatamente eles são, para que todas as pessoas possam cobrar do poder público alguma medida para reverter essa realidade. Em outubro, durante a semana nacional pela democratização da mídia, a campanha ganhou destaque em vários estados e cidades.

Em 12 de Julho de 2013, A deputada estadual Isabel Cristina, na época presidente do PT em Petrolina, declarou que Gonzaga ” se aproveita de uma concessão publica de rádio que alias está desvirtuado quando funciona com perfil comercial e a legislação diz que a emissora deve ser comunitária. Foi a favor da PEC-37, deixando promotores e procuradores chateados e só voltou atrás por força das ruas e agora usa uma concessão publica concedida pelo governo para criticar este mesmo governo do qual se partido é aliado. O deputado Gonzaga Patriota já foi mais coerente em sua trajetória política. Não precisa usar desse tipo de expediente para conquistar os eleitores. Pelo menos nunca soube que precisasse”.

Isabel Cristina e Gonzaga já foram aliados, mas a ruptura entre os dois parlamentes veio desde a eleição municipal de 2012 quando Gonzaga optou por não se candidatar e depois de anos tendo o ministro Fernando Bezerra Coelho e seu grupo como desafetos, resolveu apoiar a candidatura do deputado federal Fernando Filho, o que enfraqueceu a oposição e ajudou na reeleição do prefeito Julio Lóssio (PMDB).

Gonzaga Iniciou sua vida pública ainda como estudante e membro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) desde 1968, em 1980 o partido passou a ser chamado dePartido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Encontra-se filiado ao Partido Socialista Brasileiro desde 1994.

Suas campanhas em Pernambuco sempre buscaram vincular sua imagem à defesa de um abrandamento da legislação contra o trabalho informal; principalmente ambulantes e transporte público irregular.

Cargos eletivos:

  • Deputado estadual, 1983-1987, PMDB
  • Deputado federal, 1987-1991, PMDB
  • Deputado federal, 1995-1999, PSB
  • Deputado federal, 1999-2003, PSB
  • Deputado federal, 2003-2007, PSB

Em entrevista concedida ao nosso colaborador, Gilmar Santos, o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Michel Zaidan Filho declarou que boa parte dos deputados pernambucanos que defendem o impeachment, são oportunistas que esperam se livrar de processos caso o impedimento da presidente se efetive. “O PSB, que antes se dizia independente, oportunisticamente, resolveu ir para a oposição. Pode ser que a manobra tenha a ver com o envolvimento de muitos de seus membros na Operação Lava-a-jato e a perspectiva de impunidade.”.

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