Por Transnordestina, Estado quer transformar Ilha de Cocaia em área privada no Porto de Suape

O presidente de Suape, Leonardo Cerquinho, disse, em evento do Lide Pernambuco, nesta segunda, que o Governo de Pernambuco deu entrada com um processo na Casa Civil da Presidência da República do governo Bolsonaro solicitando o desmembramento da Ilha de Cocaia do perímetro do porto organizado de Suape a fim de transformá-la em uma área privada.

A ideia já havia sido apresentada em novembro do ano passado, na gestão do ex-presidente Carlos Vilar, indicado pelo PP. Gestão de Suape tenta aval da União para licitar terminal de minério para chineses 

Segundo Cerquinho, o objetivo da medida é criar as condições necessárias para que a conclusão do trecho da ferrovia da Transnordestina que chega até Suape passe a ser a prioridade 1 quando as obras forem retomadas pelo Governo Federal.

No projeto definido, ainda no governo Michel Temer, a Transnordestina Logística (TLSA), empresa responsável pela obra, havia estabelecido que a retomada dos trabalhos começaria pelo trecho que vai até o Porto de Pecém, no Ceará.

Cerquinho explica que a viabilização inicial da ferrovia depende do transporte de minério de ferro que poderá ser feito para Suape ou Pecém. Pelo fato de possuir a categoria de porto privado, Pecém torna-se mais atraente uma vez que essa condição favorece que o operador da ferrovia também opere o terminal de minério garantindo, assim, a rentabilidade do negócio.

O secretário afirma que, com a ilha de Cocaia passando a categoria de área privada, Suape estará em igualdade de condições em relação ao porto cearense.

Com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder e a transformação da ilha em área privada, o presidente de Suape aposta todas as fichas numa virada de mesa que coloque o porto pernambucano como prioridade.

Seu maior argumento é de que o custo do ramal para Suape é R$ 1,16 bilhões menor, uma vez que a obra até Pecém está estimada em R$ 4,38 bilhões, contra R$ 3,22 bilhões do custo da obra em Pernambuco.

Cerquinho afirmou que os representantes do ministério da Infraestrutura têm dado demonstração de que as decisões sobre os projetos serão tomadas com base em critérios técnicos.

Com base nisso, ele afirma ter “1,16 bilhões de motivos” para acreditar que a prioridade será dada ao ramal de Pernambuco.

Transnordestina anulada

Cerquinho revelou ainda que o Governo Federal já deu início ao processo de anulação do contrato de concessão da ferrovia Transnordestina por meio da decretação da caducidade do contrato devido ao descumprimento de prazos contratuais.

“Com isso, uma nova licitação será realizada e, quando isso ocorrer, estaremos muito mais preparados do ponto de vista regulatório para que essa ferrovia chegue em Suape”, afirma o secretário.

Na opinião do diretor do Sindicato dos Operadores Portuários de Pernambuco, Manoel Ferreira, a Transnordestina é um projeto de fundamental importância para o desenvolvimento da região, uma vez que será um instrumento de dinamização da atividade econômica nas áreas próximas,  resultando na geração impostos, além de emprego e renda para a população.

Em razão disso, ele considera que não só o Governo do Estado, mas também todas a lideranças políticas e empresariais de Pernambuco devem se unir a fim de defender a viabilização do trecho da ferrovia até Suape.

Segundo os últimos dados divulgados pela TLSA, a conclusão da ferrovia requer investimentos adicionais de R$ 6,7 bilhões e só deve ficar pronta em 2027.

O projeto prevê que a ferrovia o empreendimento deverá percorrer 81 municípios de Pernambuco, Piauí e Ceará, conectando os portos de Pecém, no Ceará, ao de Suape, em Pernambuco, e a cidade piauiense de Eliseu Martins, perfazendo um total de 1.753 quilômetros de malha ferroviária.

Desse total, apenas cerca de 600 quilômetros já foram finalizados, consumindo cerca de R$ 6,3 bilhões. (JC)

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