STF arquiva inquérito de caixa 2 contra deputado do DEM

G1

O ministro Luiz Fux determinou o arquivamento do inquérito que investigava o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) por prática de caixa 2 na campanha eleitoral de 2006. A decisão é da última quarta (6) e foi publicada na quinta (7). Há um ano, a defesa do político pediu o arquivamento, alegando que a planilha de propina da Odebrecht em que o nome dele aparece foi fraudada.

Na decisão, Fux escreve que há “ausência de indício suficiente de conduta delitiva”. A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, segundo o ministro, requereu o arquivamento, alegando que “diligências realizadas não foram suficientes para elucidar a materialidade do suposto crime.”

O Ministério Público Federal dizia que Onyx havia recebido R$ 175 mil da empreiteira, dinheiro que não aparece na prestação de contas.

O deputado publicou um vídeo nesta sexta (8) em uma rede social comentando a decisão: “Quero deixar claro para gente que escreveu bobagem em rede social, gente que me julgou sem me conhecer: nunca estive envolvido em corrupção”, diz.

Onyx foi citado pelo ex-diretor da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e passou a ser investigado pelo crime de falsidade ideológica eleitoral. O codinome do deputado na planilha seria ‘inimigo’.

O delator disse que procurou o candidato a deputado federal durante a campanha eleitoral de 2006 e ofereceu doação para campanha.

Alexandrino contou que avisou, já na primeira conversa, que a doação seria via caixa 2 e que o então candidato do extinto PFL não se opôs. Segundo ele, Onyx sabia que o valor seria não seria declarado à justiça eleitoral. Conforme o delator, o encontro ocorreu em um restaurante de Porto Alegre.

Também no vídeo divulgado nas redes sociais, o deputado diz que vai fazer com que Alexandrino perca “qualquer eventual benefício que ele tenha”, se referindo ao fato de ele ser delator.

Caixa 2 da JBS
Em outra delação em que aparece, Onyx Lorenzoni admitiu o recebimento de caixa 2 da empresa JBS. Em entrevista à RBS TV, ele assumiu o erro, mas disse que o valor era inferior aos R$ 200 mil citados pelo empresário Ricardo Saud. Afirmou que, na ocasião, não tinha como declarar o valor na Justiça Eleitoral.

Segundo depoimento do delator, que foi confirmado pelo deputado, o dinheiro foi entregue pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, no dia 12 de setembro de 2014. Contatado pela reportagem à época, Camardelli não se posicionou.

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