1960 – John F. Kennedy é eleito presidente dos Estados Unidos

Democrata conseguiu uma vitória apertada sobre o republicano Richard Nixon

No dia 8 de novembro de 1960, John F. Kennedy torna-se o mais jovem político a ser eleito presidente dos Estados Unidos. Ele foi vitorioso sobre o então vice-presidente republicano Richard Nixon.

Esta eleição presidencial foi a 44ª do país. O presidente em exercício, Dwight Eisenhower, não era elegível por já ter cumprido dois mandatos. O Partido Republicano indicou Nixon, enquanto os democratas indicaram o senador de Massachusetts. O católico Kennedy foi eleito com uma vantagem de quase 113 mil votos, ou 0,1% do voto popular. Foram ao todo 303 votos contra 219 no Colégio Eleitoral.

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Inúmeros fatores explicam a eleição do democrata. À parte a recessão econômica que desgastou o Partido Republicano, Kennedy tinha a seu favor o registro de 17 milhões de democratas a mais que os republicanos. Além disso, os votos católicos quase neutralizaram os votos que Nixon ganhou entre os protestantes. A ênfase de Nixon em sua experiência teve pouco peso. Mais além, desperdiçou energia ao fazer campanha em todos os 50 estados em vez de se concentrar naqueles mais indecisos. Kennedy contou com seu vice, Lyndon Johnson, para conquistar votos no Sul e utilizou a televisão de modo eficaz.

A votação foi a mais renhida desde 1916 e a margem de vitória de Kennedy no voto popular, uma das menores da história. A campanha foi acirrada e amargamente disputada. Pela primeira vez, os candidatos travaram debates pela televisão. Muitos acreditam que a performance e a postura charmosa de Kennedy durante os quatro debates fizeram a diferença na votação. Os debates atraíram enorme audiência. Nixon insistiu em permanecer em campanha até poucas horas antes do início do primeiro debate. Não estava completamente recuperado de uma recente internação hospitalar, parecia pálido, doentio, abaixo do peso e cansado. Recusou-se a se arrumar muito, deixando a barba por fazer. Kennedy, ao contrário, descansado e preparado, apareceu confiante e relaxado.

Estima-se que 70 milhões de espectadores assistiram a esse primeiro debate. Para os restantes três debates, Nixon recuperou o peso, usou maquiagem e apareceu mais forte do que sua aparência inicial. Observadores políticos acreditavam que Kennedy ganhara o primeiro debate, Nixon, o segundo e o terceiro, e que no quarto, visto como o mais decisivo, houve empate.

Questões econômicas, sociais e de política interna e externa, porém, desempenharam papel central. A política externa, por exemplo, foi o pomo da discórdia entre Kennedy e Nixon. O republicano explorou cada oportunidade em qualificar o adversário como jovem e inexperiente demais para lidar com as complicadas responsabilidades da diplomacia norte-americana num período de Guerra Fria.

Defendeu os oito anos de governo republicano, argumentando que o poderio soviético havia sido contido e que a influência norte-americana havia sido amplificada. Kennedy respondeu retratando a política externa sob Eisenhower como estagnada e reacionária. Em particular, acusou os republicanos de ter perdido Cuba e permitido um perigoso atraso espacial. Kennedy prometeu reforçar a política externa, ligando-a a uma resposta flexível a situações mutantes, explorando opções ignoradas pela paralisante e conservadora administração Eisenhower.

Kennedy não teve de esperar muito para enfrentar questões desafiadoras. Durante os primeiros meses da Presidência, parecia que as críticas de Nixon tinham alguma procedência. Kennedy parecia ter sido suplantado pelos acontecimentos. Em primeiro lugar pelo catastrófico fracasso da invasão de Cuba pela Playa Girón, depois o enfrentamento com um furioso Kruchev durante uma reunião de cúpula na Europa e finalmente pela construção do Muro de Berlim. E havia ainda a situação no Sudeste da Ásia que se deteriorava visivelmente.

O mandato de Kennedy foi brutalmente interrompido em Dallas em 23 de novembro de 1963 com o seu assassinato enquanto percorria as ruas da cidade.

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