Secretário acusado de fraude deixa o Ministério
O secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Sérgio Vidigal, pediu demissão na noite desta sexta-feira (13), segundo informou o ministro Manoel Dias. De acordo com o ministro, Vidigal argumentou que não quer atrapalhar as investigações sobre os convênios do ministério.
Ele é o segundo integrante da cúpula do ministério a deixar o cargo nesta semana. Na última terça-feira, o então secretário-executivo Paulo Roberto Pinto, que ocupava o segundo posto na hierarquia do ministério, pediu demissão.
As demissões de Sérgio Vidigal e Paulo Pìnto têm relação com as investigações da Operação Esopo, da Polícia Federal, que na última segunda-feira (9) resultou na prisão de 22 pessoas, suspeitas de envolvimento em um suposto esquema de desvio de recursos públicos.
De acordo com a Polícia Federal, o suposto esquema funcionava com a participação do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip). Segundo a PF, o instituto era uma entidade de fachada que mantinha contratos com o ministério para realizar projetos que eram superfaturados ou não eram executados.
Nesta sexta, o jornal “O Globo” informou que o ministro Manoel Dias tinha colocado Sérgio Vidigal à frente das investigações sobre as fraudes na pasta. Vidigal é ex-prefeito de Serra (ES) e, na gestão dele, foi fechado convênio com o IMDC
Segundo o ministro, Vidigal informou que o desgaste com as investigações da Polícia Federal no ministério o levaram a tomar a decisão de sair. Até a publicação desta reportagem, o G1 não tinha conseguido localizar o agora ex-secretário.
Na próxima segunda-feira, está marcada uma reunião na Casa Civil, às 11h, para discutir os detalhes da participação de servidores de outros ministérios no pente-fino que será feito em convênios do Ministério do Trabalho. O ministro afirmou que a equipe vai trabalhar neste fim de semana para preparar todos os detalhes.
Nesta sexta-feira, foram soltos quatro funcionários do IMDC que tinham sido presos na Operação da Polícia Federal. A Justiça determinou também a libertação do vice-presidente do instituto. O presidente, Deivson Vidal, prestou depoimento nesta sexta na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte e continua preso. (Camila Bomfim/TV Globo)