Julgados em Petrolina mandantes do assassinato de Raimundo Aras, há 17 anos

Da Redação

Aconteceu ontem (7/5) no Tribunal do Júri no Fórum Souza Filho em Petrolina, o julgamento dos empresários Carlos Alberto da Silva Campos, conhecido como “Chicletão” e Francisco de Assis Lima, o popular “Barateiro”. Eles são acusados de serem os mandantes do assassinato do auditor fiscal José Raimundo Aras, em outubro de 1996. O primeiro foi absolvido e o segundo condenado pelos jurados. Presidiu o julgamento a Juíza Dra. Elane Brandão Ribeiro.

Observando as decisões tomadas pelos jurados, a juíza condenou o “Barateiro” há 17 anos, em regime fechado pela prática de homicídio qualificado para ocultação do crime de sonegação fiscal. O réu também foi condenado a pagar o valor de R$ 50 mil, a título de reparação do dano pela morte da vítima, e ainda arcará com todas as custas processuais.

A ‘Máfia do Açucar’

O crime aconteceu há 17 anos, quando José Raimundo realizava investigações sobre sonegação fiscal por parte de empresários da região, numa trama conhecida como a “máfia do açúcar”, que sonegava do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Os empresários acusados pela morte do auditor estavam na lista de compradores que adquiriam a mercadoria com notas frias, provocando milionária fraude fiscal aos cofres públicos. Para a execução do auditor os empresários citados teriam contratado Carlos Robério Vieira. Este foi condenado em 2012 a 18 anos de prisão em regime fechado. Outro empresário acusado como mandante é Alcides Alves de Souza, que conseguiu adiar seu julgamento para 24 de maio.

Filho fala sobre a morte do pai

José Raimundo Aras

Antes da decisão do júri o filho do auditor assassinado, hoje procurador federal, Vladimir Aras, presente no fórum de Petrolina comentou o depoimento do Francisco de Assis Lima, popular Barateiro. “Ele mostra bem como o fato aconteceu. Embora negue autoria própria, contou com detalhes como foi o plano que arquitetou a morte de meu pai. Disse que o Chicletão e os outros dois, o Alcides, (empresário) e o pistoleiro Carlos Alberto se juntaram para cometer esse crime. Falou que estavam a procura de meu pai e que o seguiam, até que no dia 9 de outubro de 96, eles o encontraram invadiram a casa em que ele morava em Petrolina e o executaram com vários tiros”.

Vladimir relata mais sobre o depoimento. “Ele conta que o Chicletão estava nervoso, excitado com o plano que iria executar e que no dia, em que meu pai foi morto, ele (Chicletão) chegou na residência dele (Barateiro) contando com desdém o que tinham feito e que havia confessado matar meu pai, Disse ainda que nessa ocasião sua esposa foi intimidada por Chicletão para que ela não contasse nada a ninguém”.

Apesar do depoimento de Barateiro, que negou autoria, ele foi condenado e Chicletão absolvido. Mesmo após os julgamentos ninguém foi preso. O clima de impunidade permanece na região já que com as ‘brechas’ das leis brasileiras o “Barateiro”, continuará em liberdade, respondendo recursos apresentados pela sua defesa. A liberdade do réu condenado, segue o mesmo exemplo do executor do crime, Carlos Robério Pereira, que está em liberdade.

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