55,6% dos institutos da Previdência descumprem regras
Responsáveis pela aposentadoria de 10 milhões de servidores em estados e municípios, os institutos de Previdência estão dominados pela má gestão ou comprometidos por fraudes. O prejuízo de R$ 50 milhões em 15 cidades, causado por uma quadrilha e revelado na última quinta-feira pela Polícia Federal, é apenas parte do problema.
O rombo potencial nesses institutos, segundo o Ministério da Previdência, é de R$ 2,8 trilhões — número que pode se tornar realidade caso gestores e prefeituras não adotem uma administração financeira profissional. Essa fatura pode sobrar ainda para o contribuinte, já que o buraco teria de ser coberto com dinheiro público.
Nos estados, esse deficit já começou a ser cavado. Informações do Ministério da Previdência mostram que eles gastam mais do que arrecadam, e o buraco chega a R$ 33 bilhões. Gestão precária e fraudes seriam, segundo especialistas, as causas do problema. Um levantamento feito pelo Correio no banco de dados do ministério evidencia a falta de profissionalismo.
55,6% dos institutos geridos por governos estaduais apresentam alguma irregularidade junto a pasta. Há casos que se arrastam por anos, e entidades que operam há uma década com decisões judiciais que sustentam certificados de boa gestão — documento exigido para que prefeitos e governadores recebam transferências da União e possam tomar empréstimos. (Antonio Temóteo, Victor Martins/Correio Braziliense)