Políticos que vão para novos partidos estão acostumados a mudar de legenda
Os pelo menos 34 parlamentares que constam na lista dos dirigentes do Solidariedade e do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) como futuros filiados somarão 80 mudanças de partido ao longo da trajetória política, caso confirmem a migração para as duas legendas mais recentes do país.
Levantamento do Correio mostra que o recordista entre eles está migrando para o sétimo partido. Mas o deputado licenciado Maurício Trindade (BA) não está sozinho entre congressistas que estão acostumados ao troca-troca de siglas. Dos 34, 23 mudarão de legenda pelo menos pela terceira vez na carreira.
Na bagagem para os novos partidos, serão levadas 13 ações penais em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e 30 inquéritos na Corte. Os processos referem-se a crimes eleitorais, ambientais, fraude de documentos, irregularidades em licitações e corrupção.
O Solidariedade — liderado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), ligado à Força Sindical — e o Pros conseguiram registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira. O primeiro contabiliza ao menos 23 congressistas e o segundo, 11.
De saída do PR, Maurício Trindade será o presidente do Pros na Bahia. Secretário de Promoção Social e Combate à Pobreza da Prefeitura de Salvador, ele alega que a mudança, a despeito da primeira impressão, é uma questão de coerência.
“Sou secretário do prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) e meu atual partido está com o governo estadual. Nas eleições do ano que vem, o ACM Neto fará oposição ao governador Jaques Wagner (PT)”, diz. (Diego Abreu, Amanda Almeida/Correio Braziliense)