Brasil cria grupo para controlar manifestações violentas
O governo da presidente Dilma Rousseff criou um grupo de Inteligência para controlar atos de violência durante manifestações, após a onda de protestos que abalou o país nos últimos meses, informou nesta quinta-feira (31) o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O grupo foi criado “para analisar situações de abuso, de crime (durante as manifestações). É um órgão de inteligência que acompanhará as situações de abuso, o ‘modus operandi’ que está por trás (da violência), para prevenir. Não é para acompanhar as manifestações”, explicou José Eduardo Cardozo em entrevista coletiva concedida em Brasília.
O ministro explicou que o grupo será integrado pela Polícia Federal e pelas secretarias de Segurança dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde ocorreram a maior parte dos protestos violentos.
“Não podemos estar de acordo com as situações de abuso e de ilegalidade que ocorrem nas manifestações”, disse José Eduardo Cardoso, destacando que as ações de Inteligência garantirão a segurança dos manifestantes, impedindo que degenerem em violência.
Dezenas de protestos convocados no Brasil nas últimas semanas para exigir melhorias na saúde, educação e transportes ou contra a violência policial terminaram em confrontos, com detidos, feridos, veículos queimados e bancos e lojas, destruídos.
A polícia tem responsabilizado os chamados “Black Blocs” pelos atos de violência, e o governo já manifestou sua disposição de dialogar com o grupo.
Vestidos de preto, mascarados e com um lenço ou camiseta amarrado na cabeça, os “Black Blocs” têm dominado as manifestações de rua no Brasil, onde chamam a atenção pela violência de seus atos.
Na sexta-feira passada, em São Paulo, um grupo de “Black Blocs” agrediu um coronel da Polícia Militar, durante um protesto para exigir melhor transporte público que terminou em violência.
A Polícia Militar qualificou os agressores de “criminosos disfarçados de manifestantes” e deteve 92 pessoas por agressão e danos materiais.
A própria presidente Dilma qualificou o protesto violento de “barbárie antidemocrática” e exigiu punições para os envolvidos.
Fonte: AFP