Paulo segue para Petrolina em voo com Bolsonaro
Paulo dissera que o Estado estaria à disposição
Por: Renata Bezerra
O convite oficial ainda não tinha sido feito e o governador Paulo Câmara já havia dito, a pessoas próximas, como a coluna cantara a pedra há 10 dias, que estava disposto a ciceronear o presidente Jair Bolsonaro em Pernambuco. O governador não só receberá Bolsonaro na reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, no Recife, hoje, como seguirá para Petrolina no voo com o chefe do Planalto. Houve, mesmo entre palacianos, quem apostasse que o socialista não estaria na agenda de Petrolina, capitaneada pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, adversário do Governo do Estado. Resultado: alguns aliados viram com surpresa o aceno também porque Paulo Câmara integra o bloco dos governadores do Nordeste que vem adotando posições críticas em relação ao Governo Federal. “Um gesto elogiável de ambos os lados”, observou um dos auxiliares do governador, em reserva, à coluna. Enquanto governador de Pernambuco, Paulo, ainda que o PSB exerça oposição, trabalha para construir pontes. Petrolina é reduto da família Coelho. O prefeito da cidade, Miguel Coelho, admite que a agenda no Sertão do São Francisco não deixa de ser “uma sinalização de deferência que o presidente faz com líder do governo”. Entretanto, realça o seguinte: “Mas também queremos mostrar ao presidente que o Nordeste não é contra ele”. E emenda: “Independente se ganhou ou perdeu, no Nordeste, ele foi votado e o Nordeste faz parte do Brasil e ele é presidente de todo o Brasil”. Miguel completa: “A gente quer mostrar que Petrolina, por mais que esteja em Pernambuco e que o atual governo seja contra até em pontos que são controversos, que o partido (PSB) é contra, mas o governador a favor, como é o caso da Reforma da Previdência (o governador defende mudanças em pontos da proposta) a gente quer mostrar que, em Pernambuco, ele tem apoio de aliados mas, principalmente, vai ver a cidade que dá certo, gera emprego e renda”. Antes que o convite formal fosse feito, o ministro Onyx Lorenzoni informara a Paulo Câmara, em Brasília, por ocasião da reunião dos governadores, que o presidente estaria em Pernambuco. Naquele mesmo dia, a Bolsonaro, Paulo dissera que o Estado estaria à disposição para ajudar. E, hoje, ratifica essa intenção.