‘Comunidades da zona rural precisam ser conscientizadas para o consumo de água potável’

Estéfano Pereira

Grazzielli Brito – Ação Popular

O funcionamento do novo sistema de distribuição, que leva água potável para comunidades rurais, como por exemplo, em Curaçá, Bahia, chama atenção para o fato de que muitas das pessoas beneficiadas não querem receber a água para não pagar pelo serviço. Elas não permitem a ligação para abastecimento de água tratada e acabam consumindo água inadequada para consumo, o que é um risco para a saúde.

No programa ‘Água para Todos’, que atende 54 comunidades rurais de Curaçá, desde o Povoado de Pedra Branca até a divisa com Juazeiro, na Barra Grande, não foi feito um trabalho de conscientização com as pessoas sobre a necessidade da água tratada, o resultado disso é que muitas pessoas não aceitam a instalação do hidrômetro em suas residências. Já a CERB responsável pela construção da Adutora do Forró, no mesmo município, já tem uma equipe de assistência social, preparando as pessoas para receber a água.

Com a ingerência do ‘água para todos’ na ocasião de sua implantação os sistemas foram danificados. Sobre isso o presidente da Associação dos Vaqueiros de Curaçá, Estéfano Mota Pereira, aconselha a comunidade. “O projeto tem uma dimensão enorme. A gente tem preocupação porque as pessoas não estão preparadas para receber essa água, nem para reivindicar educadamente. Elas fazem isso com atos impensados que vão prejudicar elas mesmas, onerando mais ainda essas construções”.

“Tem que haver diálogo das pessoas com o órgãos para que essas obras não tenham um custo ainda maior pra os cofres públicos isso sai do nosso bolso”, Estéfano pede colaboração.

Sobre o sofrimento das comunidades em relação à seca ele declarou: “Graças a medidas tomadas através do governo federal e estadual essa situação tem sido amenizada, com distribuição de carros pipas, bolsa família, bolsa estiagem e garantia safra. Esses são mecanismos do governo que amenizam o sofrimento desse homem que passa um momento difícil”, disse referindo-se às ações emergenciais dos governos.

Por outro lado, falando de obras estruturantes, Estéfano propõe que a exemplo da Adutora do Forró, seja construída a Adutora do Vaqueiro, para atender as comunidades que ainda não estão sendo beneficiadas. “Entregamos ofício ao governador, ao senador Walter Pinheiro para que se construa a Adutora do Vaqueiro perpassando por São Bento e Patamuté, atingindo cerca de 600 famílias direta e indiretamente. Isso leva dignidade a essas pessoas, a qualidade da água, também, é importante elas têm que ter consciência disso”, concluiu.

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