Editorial do grupo Globo condena censura do governo Bolsonaro, que ajudou a eleger

(Foto: PR | Reprodução)

Segundo o jornal da família Marinho, embora a tenha sido formalmente extinta no final da ditadura militar, “restam traços fortes do costume do controle da expressão e da criação artísticas na sociedade”, que ressurgiu com autoritarismo.

Ainda conforme o editorial, “agora justifica-se a arbitrariedade pela “defesa dos valores cristãos” e “da família”. Quando, na verdade, trata-se de impor um pensamento único”. “O desapreço de Bolsonaro e de seu grupo pela liberdade de expressão é conhecido pelas agressões cotidianas a veículos da imprensa profissional, atacados inclusive com o uso de instrumentos de Estado”, ressalta o texto.

‘Nas últimas semanas, atos de censura têm se espalhado na área artística, muito dependente de financiamentos de instituições estatais, empresas públicas entre elas. O governo Bolsonaro tem podido ir além das palavras e ordenar o boicote financeiro a projetos que supostamente não se enquadrem no objetivo da “defesa da fé cristã” e “da família”’, observa.

“Mas o dinheiro público não é de Bolsonaro, e o Estado precisa considerar a diversidade do país, amparando os produtores de arte sem avaliações ideológicas. Se não, o governo está se apropriando de recursos da sociedade para impor um projeto político e ideológico específico”, ressalta o editorial.

O texto diz, ainda, que os constantes atos de censura do governo Bolsonaro devem ser questionados junto ao Supremo tribunal Federal em “defesa das liberdades constitucionais”. “Talvez seja necessário levar à Corte esta típica agressão à Carta, com o uso de instrumentos públicos, inclusive recursos financeiros que são do Estado, provenientes dos impostos recolhidos por todos”, finaliza o editorial.

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