Tropa presidencial chegará ao Recife para o primeiro embate contra Campos
O desembarque em Pernambuco de uma verdadeira corte de ministros da presidente Dilma Rousseff (PT) para atender em mutirão aos prefeitos de todo o Estado – agendado para o dia 2 de dezembro, em hotel de Gravatá – animou ainda mais a militância petista estadual. Apesar do discurso diplomático do presidente estadual da legenda, Pedro Eugênio, que afirmou tratar-se de uma agenda “puramente administrativa” do governo federal, defendendo que encontros do tipo já ocorreram em 24 capitais, os militantes estão empolgados com a demonstração de força do Planalto.
“Veja, a ministra Ideli Salvatti também conversou com o governador (Eduardo Campos, PSB) antes de fechar a agenda. Parece-me que foi até ele quem sugeriu o local. Em seguida a bancada federal foi informada do encontro. Trata-se de um evento de rotina do governo federal, que não tem qualquer conotação política”, disse Pedro Eugênio, cujo mandato termina após o evento no Agreste Pernambucano.
Além de Ideli Salvatti, virão a Pernambuco para o contato com os prefeitos os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário). O “mutirão” foi acertado pelo senador Humberto Costa.
Nos corredores da sede do PT, no entanto, os militantes comentavam ontem a visita dos ministros como uma demonstração de vigor para reforçar a estratégia de retomada da unidade. “Dilma vai dar essa de bandeja para gente. Quero ver os prefeitos se queixarem agora”, disse um militante, enrolado à bandeira do partido.
O advogado Bruno Ribeiro, que toma posse como vice-presidente no próximo dia 9, destacou que o PT fará o debate político mostrando que os avanços experimentados nos últimos dez ano no Estado têm a digital do governo federal, com as gestões Lula e Dilma.
“Vamos apresentar ao Brasil e aos pernambucanos que o desenvolvimento, o Estaleiro Atlântico Sul, a Refinaria Abreu e Lima, a Fiat e diversos outros empreendimentos que se instalaram em Pernambuco são fruto do trabalho e das decisões políticas do governo do PT. É natural que o presidente do PSB faça as movimentações dele. Mas a aliança de 19 anos chegou ao fim, não existe mais nacional e nem localmente”, disparou Ribeiro.
Mais moderada, a futura presidente do partido, Teresa Leitão, destacou que o debate será feito com muita tranquilidade e que o governo federal tem se dedicado às questões que são caras aos Estados e prefeituras.
“É natural que o debate político vá esquentando a medida que se aproximam as eleições, mas é importante lembrar que o governo está focado no trabalho porque a vida das pessoas continua”, destacou. Ontem, a presidente Dilma esteve em Fortaleza, onde afagou o governador do Ceará, Cid Gomes, que abandonou o PSB para apoiá-la.
Fonte: Jornal do Commércio