O inventor que perdeu milhões ao não renovar patente do relógio digital, ‘copiado’ pelos japoneses
Seu nome é pouco conhecido, e suas invenções foram esquecidas.
Mas Thomas Bromley, um engenheiro britânico e inventor amador, projetou um dos primeiros relógios digitais do mundo em seu galpão em Hull, no norte da Inglaterra.
Seu modelo, criado em 1961, foi vendido em um leilão em 2018.
O invento nunca foi reproduzido, mas, de acordo com vários historiadores, o relógio eletrônico Digitron que ele projetou era “idêntico” aos modelos posteriores comercializados no mundo.
Seu design, entretanto, caiu no esquecimento basicamente por uma questão de dinheiro.
O dinheiro da patente
Quando criou o Digitron, Bromley o patenteou por três anos, mas, após esse período, ele optou por não renovar o registro, porque teria sido muito caro.
Embora tivesse recebido um prêmio no Salon des Inventors, em Bruxelas, ele aparentemente não tinha muita fé no futuro de seu relógio.
Sua ideia, no entanto, foi vista por milhares de outros inventores.
Um ano após o fim da validade da patente, os japoneses começaram a fabricar “um relógio praticamente idêntico e o venderam por milhares de dólares”, diz John Hawley, o leiloeiro da peça.
“Se Bromley tivesse renovado sua patente, ele seria um bilionário”, diz ele.
‘Engenheiro de dia, inventor à noite’
David, filho de Bromley, lembra que o inventor recebeu um pedido para “produzir 20 unidades para o Natal, mas não teve condições de começar a fabricá-los”.
Ele se recorda que seu pai estava “sempre em seu galpão” e que ele era “um engenheiro elétrico durante o dia e inventor à noite”.
“Ele parava de trabalhar às nove ou dez da noite. Tinha todos os tipos de equipamentos e dispositivos. Essa era a sua vida”, disse ele.
Bromley, que morreu em 1990, também inventou cortinas que se fechavam automaticamente quando o sol se punha.