Batalha de Stalingrado marcou virada contra Hitler há 75 anos

Tropas alemãs queriam dominar a região, mas estratégias ousadas derrubaram os comandantes germânicos

Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena
foto histórica em Stalingrado
Estátua em frente à estação de trem em chamas; 40 mil moradores morreram nesse dia – Emmanuel Evzerihim

Hitler começou a perder a guerra na batalha de Stalingrado. Uma das maiores da história, ela foi travada em esgotos, escombros, fábricas desmoronadas. Mulheres, crianças, soldados de todas as idades interromperam a avalanche nazista e provocaram o que parecia impossível naqueles dias de 1943: a rendição de generais da Alemanha.

As tropas nazistas estavam a apenas cem metros do Volga, o rio onde elas queriam chegar. O objetivo era dominar a região para obter o petróleo e os alimentos vitais para a vitória. Estratégias ousadas derrubaram os comandos germânicos, que se renderam há exatos 75 anos, em 2 de fevereiro de 1943.

Para comentar esse momento histórico, Tutaméia entrevistou José Luiz Del Roio, ativista político, ex-senador na Itália. Estudioso do tema, ele falou do avassalador avanço alemão (e de seus aliados) e das estratégias ousadas adotadas pelos russos.

“O mundo ficou pendente”, diz ele sobre aqueles dias em que não se sabia o desfecho da história. A Alemanha alardeava ter conquistado Stalingrado; os russos afirmavam que resistiam. Inspirados pela resistência heroica, movimentos guerrilheiros passaram a ser construídos em várias partes da Europa.

Del Roio avaliou as consequências da batalha e a sua memória nos dias de hoje. Tratou também do ressurgimento do nazismo e do fascismo na Europa.

Como assinalou ontem o chanceler russo Serguei Lavrov, “desgraçadamente, a imunidade ao vírus nazista se enfraqueceu consideravelmente em alguns países”. Ele falou em cerimônia em homenagem aos 75 anos da batalha, que é celebrada em estátuas em todo o país, com o a “Mãe Pátria”, de 85 metros (o Cristo Redentor tem 36 metros), em Stalingrado.

“Os neonazistas e radicais saíram das sombras”, disse Lavrov. De acordo com o relato da “RT”, o ministro declarou que os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial deveriam servir como memória das consequências catastróficas que pode ter um “desejo de dominação mundial baseado na convicção da excepcionalidade”.

Nesse programa especial de Tutaméia, exibimos trechos de filmes que tratam da batalha. Um dos destacados foi “A Batalha da Rússia” (1943), do premiado e polêmico cineasta norte-americano Frank Capra. Feito pelos EUA como peça de propaganda durante o conflito, a fita traz cenas da luta, mapas didáticos do embate e elogios desbragados aos russos. A guerra fria ainda estava no futuro.

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