Versão da polícia sobre morte do miliciano Adriano começa a ser questionada

(Foto: Reprodução)

A versão de que policiais faziam uma operação para prender o miliciano Adriano da Nóbrega Silva e não matá-lo é duvidosa, pois, de acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, foi identificada somente uma baça dentro da casa, seguindo a trajetória de dentro para fora. Moradores disseram que a ação foi rápida.

Uma única bala verificada pode reforçar o relato de que policiais queriam realmente matar o miliciano e, por consequência, gera mais críticas sobre a chamada “queima de arquivo”, ou seja, execução de Adriano para acabar com a possibilidade de ele revelar informações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e sobre um esquema de corrupção no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) quando o parlamentar era deputado estadual no Rio. O ex-capitão do Bope foi citado nas duas investigações.

Vizinhos do imóvel afirmam que não viram movimentação estranha no local na noite de sábado (8) – o miliciano morreu no domingo (9) pela manhã no município de Esplanada. E confirmam que a casa era pouco visitada por seu dono, o vereador Gilsinho de Dedé (PSL). O parlamentar disse que ficou surpreso pela presença do miliciano no local. Também alegou que não o conhecia e que fazia de 15 a 20 dias que não frequentava seu sítio.

O miliciano comandava a milícia Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel e suspeito de envolvimento com a morte de Marielle. A mãe dele trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. O parlamentar fez homenagens ao ex-policial. Em 2005, quando era deputado federal, Jair Bolsonaro classificou Adriano como um “brilhante oficial”.

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