Jarbas cobra apoio do Governo Federal ao projeto original do Canal do Sertão

Em pré-campanha à reeleição, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi à tribuna do Senado nesta terça-feira cobrar o apoio do Governo Federal ao projeto original do “Canal do Sertão”.

Ele lembrou que há 8 anos e 3 meses, ainda como governador de Pernambuco, assinou os documentos que asseguravam o apoio e a parceria do Estado no projeto de transposição das águas do rio São Francisco.

“Nossa preocupação era que Pernambuco não fosse apenas uma passagem para os canais que levariam água para os vizinhos Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Disse, naquela ocasião, que Pernambuco nunca iria adotar uma posição egoísta, de negar suporte a um projeto que levaria água para os nossos irmãos paraibanos, potiguares e cearenses. E assim foi feito”, disse o senador.

À época, acrescentou, “sugerimos o aumento da vazão do chamado Eixo Norte para o Açude de Entremontes, no município de Parnamirim e a execução do projeto Canal do Sertão, além da criação do Ramal do Agreste e a captação de água para a Adutora do Pajeú”.

Essas sugestões foram aceitas “e então firmamos um termo de compromisso com Governo Federal, assinado em 1º de setembro de 2005, por mim e pelo então ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes”, disse o senador pernambucano.

Ele fez a leitura do ofício que recebeu de Ciro Gomes, cujo texto foi o seguinte: “Os primeiros resultados destes estudos sinalizam para uma solução ótima, em que parte das demandas futuras da região seriam supridas pelo Canal do Sertão Pernambucano e parte pelo Eixo Norte, através de sua interligação (Trecho 6 do Projeto São Francisco) com o açude Entremontes. Desta forma, as áreas de Urimamã, Parnamirim e Ouricuri, totalizando cerca de 30 mil hectares, seriam irrigadas com água aduzida pelo Eixo Norte, via açude Entremontes. Já o Canal do Sertão Pernambucano garantiria o suprimento hídrico para a irrigação das áreas de Cruz das Almas, na Bahia, Pontal de Sobradinho e Araripe, situadas no extremo oeste de Pernambuco”.

“A posição do Ministério é assumir o compromisso de tratar o Canal do Sertão Pernambucano como uma ação prioritária. Para tanto, autorizamos a elaboração do projeto básico de uma primeira etapa, compreendendo um trecho inicial de 50 km que permitirá o aproveitamento das áreas de Cruz das Almas e Pontal de Sobradinho, totalizando cerca de 50 mil hectares. Como a previsão de conclusão do referido projeto básico é fevereiro de 2006, haveria plenas condições de início das obras ainda no próximo ano”, finaliza o ofício do ex-ministro.

Com base nele, o senador questionou a decisão da Codevasf de “mudar o que estava acertado, deixando de fora os municípios do Sertão do Araripe, que contam com algumas das terras mais férteis de Pernambuco e é nessa mesma região que fica localizado o Polo Gesseiro, que gera 90 mil empregos diretos e indiretos”.

Segundo ele, a nova configuração do projeto Canal do Sertão deixa de fora os municípios de Ouricuri, Araripina, Trindade, Bodocó, Exu, Granito e Moreilândia e as explicações dadas até o momento não satisfizeram quem a proposta original do projeto, “que foi considerada viável, em 2005, por parte do Ministério da Integração Nacional”.

Informações de Inaldo Sampaio

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