“Folha” começa a procurar a “agenda negativa” do Governo de Pernambuco
* Inaldo Sampaio
A “Folha de São Paulo” publicou no sábado (07/12) no caderno “Poder 2” uma matéria em que acusa o Governo de Pernambuco de ter atrasado uma obra ligada à transposição do rio São Francisco.
A matéria, “fofa” do início ao fim, está assinada pelo repórter Aguirre Talento. Seu objetivo é explorar a “agenda negativa” do governador Eduardo Campos, porém o alvo escolhido deixou muito a desejar. Confira, abaixo, o texto da reportagem:
I- O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que fez críticas à lentidão das obras de transposição do rio São Francisco, também deu sua contribuição para os problemas do projeto. Uma obra complementar e essencial para levar a água para pernambucanos que sofrem efeitos da seca foi atrasada e depois, rejeitada pelo governo de Campos.
II- Questionado em outubro sobre a lentidão da transposição, que se arrasta desde 2007, Campos disse que “dá para fazer (obras) dentro do cronograma” se houver um “modelo de governança”. O governador rompeu em setembro com a presidente Dilma Rousseff para se lançar ao Planalto em 2014.
III- O Ramal do Agreste, orçado em R$ 1,3 bilhão, servirá para ampliar o alcance da transposição em Pernambuco, conectando a obra a uma adutora que está sendo construída pelo Estado.
IV- Em janeiro, o Ministério da Integração Nacional fez o projeto da obra e a transferiu para a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), que havia se comprometido a construir o ramal com recursos federais. Na ocasião, a Compesa previu lançar em março a licitação. Em julho, fez nova previsão e anunciou que até o fim daquele mês seria divulgada a concorrência.
V- Em agosto, porém, a Companhia devolveu a obra para o Ministério da Integração, argumentando que o objetivo era “dar mais celeridade” porque as características do ramal são parecidas com as da transposição. “De junho para julho a gente começou a negociar a devolução, então não teve mais sentido (fazer a licitação). Entregamos tudo que recebemos com um upgrade, com os estudos que fizemos”, afirmou o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
VI- Ele diz que assumiu o Ramal do Agreste para ajudar o Ministério, que estava com dificuldades para retomar a transposição e que agora pôde devolvê-lo porque essas dificuldades foram sanadas. “Muita gente achou que era questão política, mas não tem nada disso”, diz Tavares.
VII- O Ministério, que na época da devolução era comandado por Fernando Bezerra (PSB), indicado por Campos, ainda não começou a construir o ramal. A licitação está prevista para este mês. O atual ministro, Francisco Teixeira, é ligado ao governador do Ceará, Cid Gomes, que rompeu com Campos. Procurada, a assessoria do ministério disse que, “sendo (o ramal) uma obra de interesse apenas de Pernambuco, poderia ser executada e operada pelo Estado”.